Dois mil cientistas pedem proibição da pesca no oceano Árctico

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Os cientistas recomendam que os países do Árctico trabalhem em conjunto para proteger o Oceano central Árctico Denis Sarrazin/Reuters

Mais de dois mil cientistas de 67 países pediram nesta segunda-feira, numa carta aberta, a protecção do oceano Árctico, proibindo a pesca comercial nas zonas que ficaram recentemente acessíveis por causa do degelo.

“Os cientistas reconhecem a necessidade crucial de um acordo internacional que proíba o início da pesca comercial, até que possam ser definidas medidas de gestão baseadas no conhecimento científico”, escreveu Henry Huntington, director de ciência do departamento do Árctico do instituto Pew Center.

Os novos mapas mostram que, nos últimos Verões, a perda permanente de gelo no mar abriu 40% desta região pristina e tornou a pesca industrial viável pela primeira vez. “Não há margem para o erro numa região onde o degelo no mar está a alterar rapidamente o ecossistema marinho”, acrescentou.

De momento, ainda não há dados que permitam compreender "as consequências da pesca no ecossistema do oceano Árctico - nomeadamente nas focas, baleias e ursos polares - e nas populações que dependem desses recursos naturais", escrevem os investigadores. "Agora, a comunidade científica não dispõe de dados biológicos suficientes sobre a presença, abundância, estrutura, movimentos e saúde dos stocks de peixes e o papel que têm no ecossistema."

Mais de 60% dos cientistas que assinaram a carta aberta, publicada no primeiro dia da conferência sobre o Ano Polar Internacional 2012 em Montreal, são de um dos cinco países com costa para o Árctico: Canadá, Estados Unidos, Rússia, Noruega e Gronelândia/Dinamarca.

Os cientistas recomendam que os países do Árctico trabalhem em conjunto para proteger o Oceano central Árctico, uma área semelhante ao Mar Mediterrâneo.

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