Senado chumbou aumento de impostos para milionários

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Obama diz ser uma questão de "bom senso" Foto: Saul Loeb/ AFP Photo

Os senadores republicanos bloquearam na segunda-feira à noite uma proposta do Presidente Barack Obama (Democrata) para reequilibrar as taxas dos impostos através de um aumento fiscal a aplicar aos milionários. A proposta, conhecida como “Lei Buffett”, era de um aumento de impostos para pelo menos 30%

A votação dividiu largamente os senadores em função dos partidos a que pertencem (republicanos e democratas), e a lei não conseguiu obter os 60 votos – entre 100 senadores – que lhe permitiriam passar à fase de debate completo. Os republicanos opuseram-se firmemente a esta medida, dizendo que é um artifício político que não vai criar empregos, de acordo com relatos da BBC.

“Esta noite [ontem], os republicanos no Senado bloquearam a Lei Buffett, escolhendo de novo proteger os benefícios fiscais para os poucos americanos mais ricos, às custas da classe média”, respondeu Obama numa declaração citada pela agência noticiosa Reuters.

A designação de “Lei Buffett” surge na sequência de o multimilionário Warren Buffett, que gere um dos maiores fundos de investimento dos EUA, ter feito notar que, em percentagem sobre o rendimento, Buffett paga menos do que a sua secretária. Buffett falou também da existência de uma guerra dos ricos contra os pobres.

Barack Obama defende, desde Setembro do ano passado, esta “Lei Buffett”, que consiste em fazer pagar pelo menos 30% em impostos nos rendimentos anuais superiores a um milhão de dólares (cerca de 770 mil euros). No âmbito desta proposta, as taxas de imposto mantêm-se inalteradas para rendimentos inferiores a 250 mil dólares (cerca de 190 mil euros).

“A norma Buffett é uma questão de bom senso”, disse o Presidente dos EUA, citado pela agência francesa AFP, alguns minutos depois de a votação no Senado lhe ter barrado o caminho. “Neste momento temos défices significativos para cobrir, e investimentos importantes a fazer na nossa economia. Não nos podemos permitir continuar a gastar dinheiro em benefícios fiscais para os americanos mais ricos”, acrescentou.

Simultaneamente, existe também um plano dos republicanos para cortar os impostos sobre as empresas. Esperam-se poucas mudanças no panorama fiscal até às eleições presidenciais de Novembro, mas estes confrontos dão uma ideia do que serão os debates dos próximos meses.

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