Crónica de jogo: A lei do Benfica

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O Benfica ganhou por 2-1 Foto: Rafael Marchante/Reuters

O Benfica acrescentou um novo capítulo ao seu domínio na Taça da Liga. Pela quarta vez nas cinco edições da competição, o clube lisboeta conquistou o troféu, falhando somente a época de arranque. Neste sábado, em Coimbra, a equipa de Jorge Jesus venceu por 2-1 o Gil Vicente, ao qual faltou um pouco mais de acutilância ofensiva para poder cumprir o sonho de conseguir fazer a festa no final.

Os minhotos ainda conseguiram empatar o jogo perto do fim, depois de o Benfica se ter adiantado no marcador por Rodrigo, mas Saviola, na primeira vez que tocou na bola, decidiu tudo a favor da sua equipa, que, com quatro troféus consecutivos na competição, tem um aproveitamento de 80 por cento na Taça da Liga.

O jogo começou equilibrado. Mais construtivo o Benfica, mais em contra-ataque o Gil Vicente, que apostava especialmente na velocidade de Hugo Vieira. A primeira grande oportunidade pertenceu às “águias”, mas o remate de Maxi Pereira foi defendido por Adriano. O lado direito do Benfica foi sempre o que teve mais espaço na primeira parte, ainda que a construção começasse muitas vezes na esquerda, nos pés de Bruno César. César Peixoto, com um remate de fora da área que passou perto do poste, mostrou que o Gil Vicente não tinha viajado até Coimbra só para festejar um momento histórico.

Mas, aos 30 minutos, o Benfica, que começou com Javi García, Gaitán e Cardozo no banco, além de Emerson e Artur, conseguiu finalmente concretizar o seu papel de favorito. Nesse lance, os “encarnados” impuseram a sua lei com dois jogadores capazes de marcar as diferenças. Rodrigo Galo fez um mau corte e perdeu a bola para Bruno César, que olhou para a área, viu Rodrigo a pedi-la do outro lado, do inevitável lado direito, e fez um cruzamento perfeito que o espanhol converteu em golo.

O jovem avançado esquerdino foi uma das figuras da competição. O seu golo deste sábado foi o quarto na prova, apesar de ter jogado apenas 149 minutos (mais os descontos) no total. De resto, só na final se estreou a titular na Taça da Liga, pois nas outras três presenças começou sempre no banco. Apesar disso, terminou no lote de melhores marcadores, juntamente com Baba (Marítimo) e Miguel Rosa (Belenenses).

Suplentes decisivos

O sonho gilista sofreu um rombo, e ainda por cima tudo aconteceu na baliza mais próxima dos adeptos que viajaram de Barcelos. A equipa minhota, contudo, não deixou de procurar o empate e, dez minutos depois, obrigou Eduardo, decisivo na primeira final da prova ao serviço do Vitória de Setúbal, a fazer uma boa defesa, respondendo a um pontapé de Júnior Caiçara. No lance praticamente a seguir, Witsel, isolado por Aimar, falhou o 2-0, evitado por Adriano.

O Gil Vicente só voltou a atrapalhar verdadeiramente o Benfica a 12 minutos do final do tempo regulamentar, já depois de Rodrigo e Gaitán não terem conseguido dobrar a vantagem. Mas fê-lo com convicção: Zé Luís, um dos três suplentes que Paulo Alves lançou no tudo por tudo para tentar conquistar o primeiro troféu do clube em provas a eliminar, emendou para a baliza, num pontapé acrobático já perto da pequena área, uma jogada de insistência e fez o 1-1.

A festa minhota durou muito pouco, porém. Um minuto depois de entrar em campo (83’) a substituir Rodrigo, Javier Saviola, pouco utilizado por Jorge Jesus na segunda metade da temporada, fez o 2-1 final, no seguimento de mais uma defesa de Adriano a um remate de Witsel em zona frontal. A bola acabaria por ressaltar para o lado esquerdo do ataque do Benfica e o argentino atirou de pé esquerdo.

A última esperança do Gil Vicente morreria pouco depois nas mãos do guarda-redes Eduardo, após um remate fraco de Hugo Vieira na sequência de uma fuga pela ala esquerda. O “clube surpresa” desta competição mereceu os fortes aplausos dos seus adeptos no final da partida. Portou-se bem, mas o Benfica foi melhor. A Taça da Liga continua a ser uma especialidade benfiquista.

POSITIVO
Rodrigo e Bruno César

O espanhol marcou quatro golos em quatro jogos, mas só foi titular no último. O brasileiro fez duas assistências para golo, uma aproveitada por Rodrigo, outra desperdiçada por Gaitán.


Matic

Deu grande ajuda aos centrais e limpou com serenidade a sua zona.


Adriano

Fez quatro defesas importantes para manter o Gil Vicente na discussão do jogo até ao fim


NEGATIVONelson Oliveira

Cumpriu a quota dos dois portugueses e Jesus tirou-o ao intervalo. Esteve mal.


Rodrigo Galo

Falhou nalguns lances capitais da final.


Ficha de jogo

Benfica, 2


Gil Vicente, 1


Benfica

Eduardo, Maxi Pereira, Garay, Jardel, Capdevilla, Matic, Witsel, Bruno César, Pablo Aimar (Cardozo, 62), Rodrigo (Saviola, 82) e Nélson Oliveira (Gaitán, 46). Treinador: Jorge Jesus

Gil Vicente

Adriano Facchini, Rodrigo Galo, Halisson, Cláudio, Júnior Caiçara, Luís Manuel (Zé Luís, 56), André Cunha, Richard (João Vilela, 76), César Peixoto, Luís Carlos (Guilherme, 67) e Hugo Vieira. Treinador: Paulo Alves

Árbitro

Jorge Sousa, do Porto.


Amarelos

Luís Manuel (50'), Gaitán (81'), Saviola (86'), Bruno César (86') e Cláudio (86').

Golos

1-0, por Rodrigo, aos 30’; 



1-1, por Zé Luís, aos 78’;


2-1, por Saviola, aos 83’.


Notícia actualizada às 23h21
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