2012, ano cheio para o músico Rodrigo Amado

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Quatro ou cinco discos; duas novas formações; uma série de concertos, um par de livros de fotografia: os planos de Rodrigo Amado

Quatro/cinco novos álbuns, duas novas formações, uma série de concertos a propósito de tudo isto, mais um par de livros de fotografia.

Quatro/cinco novos álbuns, duas novas formações, uma série de concertos a propósito de tudo isto, mais um par de livros de fotografia. No ano de 2012 do saxofonista e fotógrafo, também crítico de jazz do Ípsilon, Rodrigo Amado parece caber obra que chegue para meia década. A actividade frenética tem início na próxima quarta-feira, com o primeiro de cinco concertos em que o seu Motion Trio - Amado no saxofone, Miguel Mira no violoncelo e Gabriel Ferrandini na bateria - contará com a participação especial do trombonista Jeb Bishop, elemento de duas das mais importantes formações do jazz actual: Peter Brötzmann Chicago Tentet e Exploding Star Orchestra. A digressão passará por Viseu (Teatro Viriato, 18), Guarda (Teatro Municipal, 19), Coimbra (Salão Brazil, 20), Barreiro (Be Jazz Café, 24) e Lisboa (Hot Clube, 26), e servirá de apresentação do álbum Burning Live at Jazz ao Centro e de antecipação ao segundo disco de estúdio do Motion Trio (também com Bishop), Burning Mountain, ambos a lançar em 2012.

Se Rodrigo Amado pensou em Jeb Bishop por pertencer "a um grupo de músicos que são dos mais interessantes com que se pode trabalhar em termos de improvisação", convidou outro dos membros desse "clube" - o baterista Chris Corsano - para uma formação inédita que contará ainda com o contrabaixista Kent Kessler e um dos heróis pessoais de Amado, o histórico saxofonista Joe McPhee. O quarteto actuará no Centro Cultural de Belém a 1 de Dezembro, seguindo de imediato para estúdio. Por falar em estreias, lá mais para o fim do ano os palcos e os estúdio ficarão a conhecer o trio Hurricane, que juntará Amado a Ferrandini e a DJ Ride. "Tem sido uma das coisas que me tem causado mais entusiasmo", diz o saxofonista. "Nada é planeado e é uma música hiper abstracta, muito radical e completamente fora do que já ouvi".

Os planos também não acompanham Rodrigo Amado quando troca o saxofone pela máquina fotográfica. Ainda tentou contrariar esta natureza, mas rendeu-se à constatação de que é outro o seu caminho. E é esse caminho que poderemos testemunhar na exposição que inaugurará a 29 de Novembro no Museu da Electricidade e que está na base do livro Un Certain Malaise, a partir do universo literário de Herberto Helder. O outro livro juntará uma série de fotografias em viagem a 86 discos que Amado considera "clássicos perdidos". A única ligação entre as duas portas de entrada para East Coasting or 86 Lost Classics é que as fotografias são tiradas em digressão: "Nessas alturas é sempre muito importante a música que levo comigo para ouvir no carro".

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