Jovem bióloga portuguesa descobre maior insecto subterrâneo terrestre da Europa

Tem três centímetros de comprimento, não tem olhos, é despigmentado e possui apêndices como antenas. A bióloga Ana Sofia Reboleira descobriu uma nova espécie no Algarve

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Com esta descoberta, aumentam para sete as espécies descritas por Ana Sofia Reboleira DR
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Com esta descoberta, aumentam para sete as espécies descritas por Ana Sofia Reboleira DR
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O maior insecto subterrâneo terrestre da Europa foi descoberto nas grutas do Algarve pela bióloga portuguesa Ana Sofia Reboleira, aumentando para sete as espécies novas descobertas em Portugal por esta jovem. Vulgarmente conhecido como ‘peixinhos-de-prata’ ou ‘traças-dos-livros’, o insecto tem o nome científico de Squamatinia algharbica e, segundo a bióloga Sofia Reboleira, “tem a particularidade de ser o maior insecto subterrâneo da Europa e o segundo maior tisanuro do mundo”.


Com três centímetros de comprimento, sem olhos, despigmentado e possuindo apêndices como antenas e cercos “extremamente desenvolvidos”, o insecto é um novo género e uma nova espécie, que “vive apenas nas grutas do Algarve, desenvolvendo todo o seu ciclo de vida no meio subterrâneo e não sobrevivendo no exterior”, explica a bióloga.


Trata-se, de acordo com Ana Sofia Reboleira, de “uma relíquia biogeográfica, que terá sobrevivido a vários episódios de alterações climáticas, refugiado no meio subterrâneo” que habita, ou seja, nas mesmas cavidades de grutas do maciço algarvio onde a bióloga descobriu igualmente um pseudoescorpião gigante, descrito em 2010. O insecto foi há poucos dias publicado na revista cientifica da especialidade “Zootaxa”, descrito pelo entomólogo Luís Mendes, do Instituto de Investigação Científica e Tropical.

A descoberta ocorreu no âmbito do doutoramento de Ana Sofia Reboleira no Departamento de Biologia e Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro, orientado pelos professores Fernando Gonçalves (do Departamento de Biologia da mesma universidade) e Pedro Oromí, da Universidade de La Laguna, em Espanha.


Com esta aumentam para sete as novas espécies já descritas pela investigadora e bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia que tem contribuído para o reforço do património biológico de Portugal e alertado para a importância destas espécies como “um valor natural em risco pela falta de medidas específicas de protecção para os habitats subterrâneos”.

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