Lunch Beat: ordem para dançar
Se pensas que a hora de almoço serve apenas para almoçar, estás muito enganado. O Lunch Beat chegou esta quinta-feira ao Porto e, ao que parece, veio para ficar
?O conceito, importado da Suécia, é muito simples: depois de uma manhã normal de trabalho, os trabalhadores reúnem-se durante a hora de almoço, não para almoçar, mas para... dançar. A primeira edição em Portugal — aliás na Península Ibérica — invadiu a hora de almoço desta quinta-feira do Maus Hábitos, no Porto.
Pouco depois das 14h00, Emílio Brandão, o responsável pela importação da ideia, abriu o Lunch Beat. As três principais regras do evento foram explicadas: “Se é o teu primeiro Lunch Beat, tens que dançar; se é o teu segundo, terceiro, ou quarto, Lunch Beat, tens que dançar; se estiveres muito cansado para ir ao Lunch Beat, por favor, vai almoçar a outro lado”.
A música começou. Os mais corajosos ocuparam de imediato o centro da sala. Pouco a pouco, a audiência ia entrando no "funk" do DJ E-1000, o organizador Emílio Brandão. Quem estava na fila para o almoço (o Máus Hábitos organizou um menu especial de petiscos vegetarianos), acompanhava o ritmo de prato na mão.
Os que estavam sentados nas mesas do restaurante também balançavam os talheres ao som da música. O ambiente era o de uma discoteca à luz do dia, com a particularidade de o álcool ter sido substituído pela água ou pelo sumo natural. Passados dez minutos, a sala estava completamente transformada numa pista de dança, pisada por dezenas de pessoas de diferentes idades e profissões.
Emílio Brandão, residente na Suécia há mais de oito anos, organiza Lunch Beats em Gotemburgo duas vezes por semana. Perante o sucesso das iniciativas, um amigo contactou-o sugerindo-lhe que organizasse uma edição no Porto e o evento começou a ser preparado em Janeiro.
Emílio explicou ao P3 que o objectivo é “transformar os aborrecidos almoços de negócios num momento alternativo e divertido”. A entrada é grátis e a iniciativa não tem fins lucrativos. “É o meu contributo para a sociedade”, explica.
A esposa, investigadora na área da criatividade no mundo do trabalho, explicou ao P3 que está provado, cientificamente, que iniciativas como esta melhoram a produtividade durante o resto do dia. “Os movimentos da dança fazem com que as pessoas recebam outro tipo de energia e tenham novas perspectivas", diz Anna Grzelec, acrescentando que "isto [a dança] vai originar uma outra forma de desempenhar as mesmas tarefas durante a tarde”.