Lunch Beat: ordem para dançar

Se pensas que a hora de almoço serve apenas para almoçar, estás muito enganado. O Lunch Beat chegou esta quinta-feira ao Porto e, ao que parece, veio para ficar

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Paulo Pimenta

?O conceito, importado da Suécia, é muito simples: depois de uma manhã normal de trabalho, os trabalhadores reúnem-se durante a hora de almoço, não para almoçar, mas para... dançar. A primeira edição em Portugal — aliás na Península Ibérica — invadiu a hora de almoço desta quinta-feira do Maus Hábitos, no Porto.

Pouco depois das 14h00, Emílio Brandão, o responsável pela importação da ideia, abriu o Lunch Beat. As três principais regras do evento foram explicadas: “Se é o teu primeiro Lunch Beat, tens que dançar; se é o teu segundo, terceiro, ou quarto, Lunch Beat, tens que dançar; se estiveres muito cansado para ir ao Lunch Beat, por favor, vai almoçar a outro lado”. 

A música começou. Os mais corajosos ocuparam de imediato o centro da sala. Pouco a pouco, a audiência ia entrando no "funk" do DJ E-1000, o organizador Emílio Brandão. Quem estava na fila para o almoço (o Máus Hábitos organizou um menu especial de petiscos vegetarianos), acompanhava o ritmo de prato na mão.

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A ideia é transformar os aborrecidos almoços de negócios num momento alternativo e divertido” Paulo Pimenta

Os que estavam sentados nas mesas do restaurante também balançavam os talheres ao som da música. O ambiente era o de uma discoteca à luz do dia, com a particularidade de o álcool ter sido substituído pela água ou pelo sumo natural. Passados dez minutos, a sala estava completamente transformada numa pista de dança, pisada por dezenas de pessoas de diferentes idades e profissões. 

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O Máus Hábitos organizou um menu especial de petiscos vegetarianos Paulo Pimenta

Emílio Brandão, residente na Suécia há mais de oito anos, organiza Lunch Beats em Gotemburgo duas vezes por semana. Perante o sucesso das iniciativas, um amigo contactou-o sugerindo-lhe que organizasse uma edição no Porto e o evento começou a ser preparado em Janeiro.

Emílio explicou ao P3 que o objectivo é “transformar os aborrecidos almoços de negócios num momento alternativo e divertido”. A entrada é grátis e a iniciativa não tem fins lucrativos. “É o meu contributo para a sociedade”, explica.  

A esposa, investigadora na área da criatividade no mundo do trabalho, explicou ao P3 que está provado, cientificamente, que iniciativas como esta melhoram a produtividade durante o resto do dia. “Os movimentos da dança fazem com que as pessoas recebam outro tipo de energia e tenham novas perspectivas", diz Anna Grzelec, acrescentando que "isto [a dança] vai originar uma outra forma de desempenhar as mesmas tarefas durante a tarde”.

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