Estudo revela que artrite reumatóide atinge cerca de 50 mil portugueses
Estes dados resultam do ReumaCensus, o primeiro estudo epidemiológico sobre as doenças reumáticas em Portugal, que envolve 10 mil portugueses e irá permitir estimar a prevalência destas patologias, identificar factores sócio-demográficos e clínicos associados ao seu diagnóstico e determinar o seu impacto na qualidade de vida das pessoas.
“Até ao momento, os resultados são preliminares e são tratados a partir de um estudo efectuado em indivíduos da Grande Lisboa, que representam pouco mais de 1000 inquiridos dos 10 mil envolvidos no estudo”, disse o presidente da SPR, que falava à Lusa a propósito do Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide , que se assinala na quinta-feira.
“Apesar de os números apontarem para cerca de 50 mil portugueses com esta doença o facto é que se ela não for diagnosticada e tratada precocemente, o prognóstico desses doentes é extremamente desfavorável, com condições que conduzirão à sua incapacidade”, observou Luís Maurício. Para o especialista, esta é uma “situação indesejável”, sobretudo quando existem tratamentos, nomeadamente as terapêuticas biológicas, que permitem que a doença entre em remissão em cerca de um terço dos casos.
Questionado pela Lusa se há dificuldades dos doentes no acesso ao tratamento, o presidente da SPR afirmou que, de uma forma geral, não.
No entanto, apontou, há situações de doentes que percorrem longas distâncias para levantar o medicamento e, em vez de lhes ser dado um medicamento para três ou quatro aplicações, é-lhes entregue apenas para uma aplicação, obrigando-os a fazer três e quatro deslocações repetidas. “Essa situação tem sido verificada em alguns hospitais do país e estará relacionada com as dificuldades financeiras que o país atravessa e com a necessidade que os hospitais têm de racionalizar os seus custos”, sublinhou.
Na artrite reumatóide, o sistema imunitário, que habitualmente protege o indivíduo contra infecções e outras doenças, está alterado e activa uma cascata de acontecimentos que causam inflamação e destruição de tecidos saudáveis do organismo. À medida que a doença vai progredindo, a dor, a destruição articular e a perda de movimentos podem diminuir a capacidade funcional e comprometer a qualidade de vida.