Rui Rio acha "inadmissível” que a Caixa financie a OPA sobre a Brisa

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Foto: Manuel Roberto

O presidente da Câmara Municipal do Porto considera “inadmissível” que a Caixa Geral de Depósitos, um banco público, financie a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo grupo José de Mello e a Arcus sobre a totalidade do capital da Brisa.

“Estou escandalizado, isto é inadmissível. Só espero que não seja verdade”, disse Rui Rio nos instantes finais do encerramento do ciclo Grandes Debates do Regime que a autarquia portuense promoveu durante um ano.

“É uma falta de sentido patriótico fazer uma coisa destas”, reforçou.

A OPA poderá envolver um investimento total de cerca de 700 milhões de euros e o presidente do grupo José de Mello, Vasco Mello, anunciou que a operação seria financiada, em dois terços, pelos “três bancos que apoiam a operação”.

Um desses bancos é a Caixa Geral de Depósitos (CGD), através da Caixa Banco de Investimento; os outros bancos envolvidos são o BCP e o BES Investimento.

Um terço do investimento que o grupo José de Mello planeia realizar será com “capitais próprios”.

A Arcus e a José de Mello detêm uma posição que, em conjunto, representa 53,7 por cento dos direitos de voto na Brisa e ficarão com os títulos que os restantes accionistas da concessionária optarem por vender.

Rui Rio disse que “não sabia, nem sonhava que podia ser possível” a CGD financiar esta OPA de uma empresa sobre outra.

Foi o presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, quem levantou a questão devido às dificuldades que as empresas privadas sentem para obter crédito bancário para as suas operações.

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio foi o convidado da sessão final dos Grandes Debates do Regime, tendo proferido uma conferência intitulada “Portugal, a crise o futuro da democracia”.

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