Fabiano evitou que a 100.ª vitória portista no Dragão fosse uma goleada

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Um golo de Lucho abriu caminho ao triunfo portista Foto: Fernando Veludo/NFactos

O nível exibicional foi aceitável, mas após um deslize para o campeonato, que resultou na perda da liderança, e em dia de confronto directo entre rivais, o fundamental para o FC Porto era vencer para depois esperar para ver o que fazia a concorrência. E a prioridade dos “azuis e brancos” foi conseguida com competência. Contra uma equipa do Olhanense laxista, Lucho e James marcaram os golos que garantiram ao FC Porto a 100.ª vitória no Estádio do Dragão.

Quando os jornalistas tiveram acesso à ficha de jogo a incógnita sobre o papel que Vítor Pereira tinha reservado para Maicon ficou desfeita. Para alívio de muitos portistas, desta vez o defesa foi “adaptado” a central e Sapunaru manteve-se na direita. Com a opção de deslizar Maicon para o meio, o sacrificado foi Rolando. Apontado como culpado pelo golo sofrido em Paços de Ferreira e em claro sub-rendimento, o internacional português sentou-se pela primeira vez esta época no banco em jogos do campeonato.

De resto, com o regresso de Fernando ao “onze”, Moutinho avançou no terreno e Lucho deixou o posicionamento híbrido que ocupou nos últimos jogos sem sucesso: uma mistura de “8” e “10”. Com Fernando mais recuado e a dupla luso-argentina lado a lado, Lucho ficou menos exposto e o FC Porto saiu a ganhar.

Do outro lado, Sérgio Conceição tinha um quebra-cabeças para resolver: quem colocar no centro da defesa? Sem centrais disponíveis (Mexer e André Micael estão lesionados, Maurício castigado), faltavam peças no puzzle defensivo, por isso o treinador teve que improvisar com o recuo de Cauê. Apesar das principais debilidades estarem no sector mais recuado, no Dragão nada funcionou na equipa de Olhão.

Os primeiros 15 minutos foram os únicos em que o Olhanense assustou os portistas, mas depois de Hulk criar o primeiro lance de perigo (16’), só deu FC Porto. Depois de travar o remate do brasileiro, o guarda-redes voltou a ganhar o duelo com Hulk aos 19’ e, quatro minutos depois, impediu que Maicon marcasse. Mas poucos segundos depois, após um mau alívio, Lucho aproveitou uma bola perdida à entrada da área para marcar o primeiro golo. Com a vantagem a equipa de Vítor Pereira conseguiu a tranquilidade que necessitava e até ao intervalo Fabiano foi evitando que os portistas voltassem a festejar.

Na segunda parte, nada mudou. Conceição ainda arriscou, colocando Dady em campo, mas as oportunidades de perigo apenas surgiam junto da baliza dos algarvios. Foi por isso, sem surpresa, que aos 67’ James marcou o segundo golo do FC Porto e acabou com as poucas dúvidas sobre quem seria o vencedor.

A partir daí, a cabeça de Vítor Pereira passou a estar em Braga, palco do próximo jogo portista, e o treinador substituiu Lucho e Alvaro Pereira (que falharia a próxima partida se visse amarelo). Com os três pontos garantidos, era hora dos portistas se sentarem no sofá para saber com que estatuto iriam entrar em campo na próxima jornada: lideres ou pretendentes a líder?

A FIGURAFabiano

O grande culpado pelo 2-0 final chama-se Fabiano Ribeiro de Freitas. Depois de na última jornada, contra o Benfica, ter garantido à sua equipa um ponto com uma excelente defesa na última jogada, a remate de Saviola, o guarda-redes brasileiro voltou a confirmar que é um dos melhores do campeonato na sua posição. Só na primeira parte o jogador de 24 anos descoberto pelo Olhanense no América (tinha contrato com o São Paulo), evitou uma mão cheia de golos. Na segunda parte, o filme repetiu-se e Hulk, Janko e companhia desesperaram com o acerto de Fabiano. Numa noite muito negativa dos algarvios, valeu a Sérgio Conceição o acerto do seu guarda-redes para evitar sair do Dragão com uma goleada.


POSITIVOJoão Moutinho

Lucho, apesar do golo, está longe da melhor forma, mas João Moutinho nunca falha. O médio português fez uma excelente exibição e foi disfarçando o momento menos bom do parceiro do lado.


Sapunaru

O FC Porto com o defesa romeno melhor significativamente. Sapunaru foi competente a defender e deu profundidade ao lado direito dos “azuis e brancos”. É difícil perceber porque foi preterido tantas vezes esta época.


NEGATIVOOlhanense

Exibição para esquecer dos algarvios e as dificuldades para formar o quarteto defensivo não explicam tudo. Com Sérgio Conceição no comando, o Olhanense tinha somado apenas uma derrota (em casa com o Rio Ave) em 10 jornadas, mas no Estádio do Dragão a equipa foi inofensiva no ataque e podia ter sofrido uma goleada. Valeu Fabiano, o único com nota positiva no clube de Olhão.


Ficha de Jogo

FC Porto, 2


Olhanense, 0


Jogo no Estádio do Dragão, no Porto.
Espectadores 31.903


FC Porto

Helton, Sapunaru, Otamendi, Maicon, Álvaro Pereira (Alex Sandro, 79’), Fernando, João Moutinho, Lucho (Defour, 65’), James, Janko (Varela, 82’) e Hulk.

Treinador

Vítor Pereira.

Olhanense

Fabiano, Vasco Fernandes (Toy, 58’), Cauê, André Pinto, Ismaily, Fernando Alexandre, Jader, Rui Duarte (Mateus, 84’), Salvador Agra, Victor Meza (Yontcha, 58’) e Wilson Eduardo.

Treinador

Sérgio Conceição.

Árbitro

Manuel Mota (Braga)

Amarelos

Sapunaru (25’), Otamendi (42’), Vasco Fernandes (44’), Rui Duarte (74’).

Golos

1-0, por Lucho, aos 24'; 2-0, por James, aos 66'.

Notícia actualizada às 22h14
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