Alemanha impõe solução minimalista de 800 mil milhões para proteger o euro

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Foto: Fabian Bimmer/ Reuters

A Alemanha impôs aos parceiros europeus um reforço minimalista dos fundos de socorro do euro limitado a um máximo de 800 mil milhões de euros, que dificilmente conseguirá impressionar os mercados financeiros, o FMI, a OCDE e os países do G20.

A decisão foi tomada esta manhã pelos ministros das Finanças do euro durante uma reunião informal em Copenhaga, a que se juntarão em breve os ministros dos restantes dez países da União Europeia (UE).Jean-Claude Juncker, primeiro ministro do Luxemburgo e presidente do eurogrupo que deveria anunciar o acordo numa conferência de imprensa ao fim da manhã, decidiu anulá-la depois de a ministra austríaca das finanças, Maria Fekter, ter anunciado aos jornalistas os termos da decisão.

O mau humor de Juncker foi igualmente atribuído ao facto de os Dezassete não terem concretizado a esperada nomeação de Yves Mersch, governador do banco central do Luxemburgo, para o cargo (entre seis) do comité executivo do Banco Central Europeu (BCE) que vaga no fim de Março.

Esta decisão está ligada a outras nomeações, incluindo a sucessão do próprio Juncker na presidência do eurogrupo (as reuniões dos ministros das Finanças do euro), a partir de Junho, e que deveria ter sido igualmente decidida hoje.

A pedido da França, no entanto, todas estas nomeações ficaram adiadas, possivelmente para depois das eleições presidenciais de 21 de Abril e 6 de Maio.

O valor de 800 mil milhões de euros acordado para a "barreira de protecção" do euro será conseguido através de uma mistura de novos fundos provenientes do mecanismo permanente de estabilidade (ESM) – que arranca em Julho com a possibilidade de emprestar um máximo de 500 mil milhões de euros aos países em dificuldades – com montantes já atribuídos a Portugal, Grécia e Irlanda pelos seus predecessores – FEEF, garantido pelos países do euro, e MEEF, garantido pelo orçamento comunitário – a par de empréstimos bilaterais concedidos pelos Dezassete a Atenas.

Segundo o comunicado da reunião, os montantes ainda não atribuídos do FEEF (potencialmente 240 mil milhões de euros) poderão ser usados, a título excepcional e unicamente até 1 de Julho de 2013, para financiar novos programas de ajuda que se revelem necessários.

A França, como a maioria dos países do euro, queria garantir a disponibilidade deste montante além desta data, de modo a permitir elevar de forma permanente a "barreira de protecção" da moeda europeia contra a especulação para perto de um milhão de milhões de euros.

A Alemanha, com o apoio explícito da Finlândia recusou, e obteve ganho de causa, como tem sido a regra desde o início da crise da dívida.

Os Dezassete precisam aliás expressamente no comunicado da reunião que a partir de "meados de 2013" (em que o FEEF e o MEEF deixam de existir) a zona euro apenas terá uma capacidade de empréstimo de 500 mil milhões de euros por via do ESM para novos programas (a que se juntarão os 200 mil milhões do FEEF já prometidos a Portugal, Grécia e Irlanda).

Notícia substituída às 12h48
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