Fernando Gomes pede aos clubes "discurso positivo e de tolerância"

Foto
O presidente da FPF pede "clima de tranquilidade para o que resta da época" Foto: Enric Vives-Rubio

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, desafia os 32 clubes profissionais a ser “parte activa da pacificação” da modalidade, apelando à “tolerância” no uso do “direito à livre expressão”.

“Lanço-lhe um desafio. Torne o seu clube parte activa na pacificação do nosso futebol e na criação de um clima de tranquilidade para o que resta da época. Isso é possível adoptando um discurso positivo e de tolerância perante todos os agentes, incluindo os árbitros. Não lhe peço que omita a sua opinião ou que prescinda do sagrado direito à livre expressão, mas apelo para que evite o uso de linguagem ofensiva ou que ponha em causa a honorabilidade, a dignidade, a honra e honestidade dos árbitros”, disse o dirigente.

Em carta enviada aos presidentes e a que a Lusa teve acesso, o presidente da FPF diz que essa atitude fará com que os líderes dos clubes prestem “um extraordinário serviço ao futebol e contribuam para que se evitem situações graves que ninguém deseja que aconteçam”.

Fernando Gomes insiste na “preocupação” da FPF e garante o “empenhamento pessoal” para que se promova o “restabelecimento, no mais curto espaço de tempo possível, de um clima de pacificação e de serenidade”.

O dirigente critica a “multiplicação de declarações e criticas às arbitragens” e repudia o “ato criminoso e intolerável da divulgação pública, na Internet, de dados pessoais dos 25 juízes que dirigem as competições profissionais”, com quem se reuniu terça-feira.

“Este encontro – acredite – marcou-me profundamente. Ouvi da boca destes oito homens relatos impressionantes da forma como as suas vidas e rotinas foram alteradas e como o sentimento de insegurança se alastrou aos seus familiares. Todos nós temos família e pessoas que nos são próximas. Coloquemo-nos, por um minuto, na pele destes árbitros”, desafiou.

E, quanto à sensibilidade da questão, acrescentou: “Imaginemos o quanto nos custaria não saber se a nossa mulher, filhos, mãe ou pai ficariam em segurança quando saímos de casa para nos dirigirmos ao nosso local de trabalho, ou para, como é o caso, apitar um jogo de futebol”.

Fernando Gomes lembra que “todos os seres humanos cometem erros” e defende que “não há árbitros que errem propositadamente”.

“Esta é uma convicção pessoal, como homem e como presidente da Federação Portuguesa de Futebol. No dia em que deixar de acreditar ou duvidar que tal seja verdade, serei o primeiro a denunciá-lo e a afastar-me”, prometeu.

Por fim, a FPF manifesta disponibilidade para encontrar novos caminhos e soluções que ajudem à pacificação da modalidade e sirvam os interesses de todos os seus agentes, “mas, sobretudo, que defendam o futebol português”.

Sugerir correcção
Comentar