UGT reclama que “o Governo tem de admitir que fez cedências” no acordo tripartido

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João Proença diz que a "dita" greve geral teve “a mais baixa adesão em qualquer greve declarada pela CGTP” Foto: Nuno Ferreira Santos

O desemprego está a crescer e faltam empregos. Os dirigentes da UGT exigem que o Governo aplique o acordo tripartido de cumprimento do memorando de entendimento com a troika.

“O Governo tem de admitir que fez cedências” no acordo que assinou e tem de aplicar as medidas de promoção do emprego e formação profissional, afirmou o secretário-geral da UGT em conferência de imprensa. Os jornalistas questionaram-no por diversas vezes sobre que medidas gostaria de ver aplicadas, mas João Proença não avançou mais. Exemplificou apenas com o adiamento pelo Governo da revitalização dos centros de emprego.

O encontro com os jornalistas foi igualmente marcado para a UGT “esclarecer algumas inverdades” das declarações de dirigentes da CGTP, como as que adiantaram ter havido uma vintena de sindicatos filiados na UGT a aderir à greve geral do passado 22 de Março. Uma greve que, segundo a UGT, foi “dita geral” e teve “a mais baixa adesão em qualquer greve declarada pela CGTP”.

“Segundo os dados de que a UGT dispõe nenhum sindicato da UGT aderiu à greve dita geral da CGTP-IN”, afirmou João Proença. O Sitra terá marcado greve para 22 de Março e “um sindicato declarou greve em três empresas (Transtejo, Soflusa e Atlantic Ferries), um em duas empresas (Metropolitano de Lisboa e Transtejo) e um numa empresa (RTP).

E isso não representa ter aderido à greve geral? Proença respondeu que não e que esses sindicatos têm um peso diminuto de associados. Que dados tem a central sindical para afirmar que foi a mais greve com mais baixa adesão? “São os dados que temos”, afirmou João Proença.

Apesar das críticas e dos diferentes pontos de vista quanto às saídas da crise e do desenvolvimento da contratação colectiva, o secretário-geral da UGT frisou ainda que “é tempo de reflectir agora sobre o futuro”. E para isso “será desejável que as duas centrais procurem a unidade de acção futura possível em face de objectivos comuns”. Mas como se o acordo tripartido divide tanto as duas centrais? “Não falamos de unidade sindical, mas em matérias específicas”, respondeu Proença. É o caso das políticas de emprego e formação profissional e dos acordos de negociação colectiva.

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