James Cameron desceu até ao ponto mais profundo do oceano

Cameron durante um teste ao submersível a Sul de Sidney
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Cameron durante um teste ao submersível a Sul de Sidney Mark Thiessen/National Geographic/Reuters
Teste ao submersível
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Teste ao submersível Mark Thiessen/National Geographic/Reuters
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Testes ao submersível Mark Thiessen/National Geographic/Reuters
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Testes ao submersível Mark Thiessen/National Geographic/Reuters

O realizador dos filmes “Titanic” e “Avatar”, James Cameron, regressou hoje, são e salvo, de uma viagem à fossa das Marianas, o ponto mais profundo do oceano a 11 quilómetros, no âmbito da expedição Deep Sea Challenge.

Cameron, explorador da National Geographic, tornou-se no primeiro homem a viajar sozinho a uma zona tão profunda dos oceanos, ao vale Challenger Deep na Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico.

A bordo de um submersível com oito metros de comprimento, especialmente concebido para o efeito, Cameron desceu 11 quilómetros - para recolher dados científicos e espécimes e captar imagens do fundo do mar -, numa viagem que demorou 2h36. De acordo com a National Geographic Society, Cameron atingiu os 10.898 metros de profundidade a 26 de Março, às 7h52 locais (ou domingo, dia 25 de Março, às 21h52, hora em Portugal). “Chegar ao fundo nunca soube tão bem. Mal posso esperar para partilhar convosco aquilo que estou a ver", disse Cameron, através de uma mensagem no Twitter.

A viagem de regresso à superfície demorou 70 minutos. A chegada aconteceu às 2h00 (hora em Portugal), a 500 quilómetros a Sul da ilha americana de Guam.

Depois de anos de preparação, a equipa de Cameron - composta por engenheiros e investigadores - conseguiu começar a explorar parte da Fossa das Marianas, com 2400 quilómetros de extensão no fundo do Oceano Pacífico. A expedição continua o trabalho de Don Walsh e Jacques Piccard, os primeiros homens a descer até esta região, a 23 de Janeiro de 1960. Mas o batiscafo "Trieste" utilizado nessa altura não permitia a captação de imagens nem de amostras e Walsh e de Piccard estiveram apenas 20 minutos no fundo do oceano.

Cameron manobrou o submersível por regiões inexploradas para captar imagens para um documentário que terá como principal objectivo promover a exploração e a descoberta científica dos oceanos. “Existe valor científico nas imagens captadas na Fossa das Marianas”, contou Cameron à National Geographic pouco antes do mergulho.

“Será algo totalmente diferente daquilo que já alguma vez vimos, a bordo de outros submarinos ou veículos operados remotamente”, comentou Doug Bartlett, biólogo marinho no Instituto Scripps de Oceanografia em San Diego, na Califórnia.

O submersível utilizado estava equipado com várias câmaras e um braço robotizado para recolher rochas e animais. O material recolhido poderá ajudar a compreender melhor os sismos que causam tsunamis devastadores e as forças tectónicas que ajudam a dar forma ao planeta e conhecer a fauna que sobrevive naquelas regiões inóspitas. "É possível que o Deep Sea Challenger regresse das profundezas do oceano com imagens e amostras de animais que nunca vimos", escreve a National Geographic em comunicado.

Para Cameron, chegar ao ponto mais profundo do planeta tem sido um desejo de há muito tempo. "A imaginação alimenta a exploração", comentou. "Temos de imaginar que é possível antes de partirmos e conseguirmos lá chegar."

A revista National Geographic vai publicar os resultados desta expedição, depois de analisadas as amostras e os espécimes recolhidos, informa a instituição em comunicado.

A expedição é um projecto conjunto de Cameron, da National Geographic e da Rolex. O principal parceiro científico é o Instituto Scripps de Oceanografia em San Diego.

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