Sexta vitória seguida do Sporting de Sá Pinto em Alvalade

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Foto: Marcos Borga/Reuters

O Sporting de Sá Pinto parece mais adulto que o de Domingos (apesar de o técnico de Leça ter mais três anos que o portuense), mas é também mais aborrecido. O lado bom da coisa é que se torna letal nas poucas oportunidades de que dispõe, tenta não desaproveitar nada e acaba por poupar esforço e pernas para o jogo de quinta-feira, com o Metalist. O lado mau vê-se pelos bocejos dos adeptos, uma contradição de emoções, felizes por ganharem, mas cansados com a monotonia. Contra o último classificado, o Feirense, os “leões” saíram a vencer (1-0), mas a pensar na Liga Europa. Sem Schaars (castigado) e Matías (poupado), mas com Renato Neto e Jeffren.

Se tivesse perdido, o Sporting ficaria matematicamente arredado do título. Mas a vitória também não o colocou na rota do campeonato. Essas contas são outras. Interessava recuperar o quarto lugar, feito conseguido à condição porque o Marítimo joga hoje (em casa, com o Gil Vicente, a equipa que arredou na última ronda o Sporting dessa posição, com uma vitória por 2-0). Mas mais que o campeonato, o “leão” está focado na UEFA – é um bom escape, uma espécie de droga que o leva para longe da mediocridade interna.

Para isso, este Sporting torna-se atento, aguça o engenho. No último jogo em Alvalade, fez o mesmo ao Vitória de Guimarães e a João Alves. O médio perdeu a bola na área e, quando deu por isso, derrubou Wolfswinkel. Na noite de sábado aconteceu a mesma coisa, com vítimas diferentes: Ludovic, vestido com a cor azul do Feirense, cometeu o mesmo erro. O franco-português, nascido em Paris, perdeu a bola e, quando reparou, Insúa roubou-lha e não teve outro remédio senão derrubar o argentino. Resultou para o “leão” que vive de extorsões.

Como bom vilão, o Sporting não desperdiçou o penálti – Capel marcou o seu quarto golo na prova. E isso permitiu à equipa baixar o ritmo. Foi automático: recuou no terreno e convidou o Feirense a ir a jogo. Um disparate para quem conhece a equipa de Santa Maria da Feira: última da tabela, não vence há três meses, leva apenas três triunfos na prova (traduzido: há 11 jogos que não ganha). Pouco para entrar na luta pela vitória.

O jogo entrou então numa toada monótona, cinzenta. Os artistas Jeffren (só jogou 45 minutos) e Capel estavam desinspirados. Bédi Buval e Mika também não quiseram mostrar-se. Sem artistas, o espectáculo foi morrendo. Foi tudo tão letárgico que o Feirense, essa equipa morta-viva, tentou aparecer no jogo. Chegou-se ao pé de Rui Patrício, com um assédio insistente, apesar de pouco lucrativo.

Foi o máximo que conseguiu, três cantos, perante um leão que parecia estático, anestesiado, a viver às custas de João Pereira. Foi o defesa direito o grande dinamizador, mas nem Wolfswinkel nem Carrillo mostraram ter o seu ritmo. Uma exibição q.b. do “leão” que chegou para os gastos e teve o condão de não desgastar a equipa para o jogo de quinta-feira. E o Sporting ainda recebeu palmas dos adeptos, ensonados, mas satisfeitos com o resultado.

Notícia actualizada às 22h44
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