Benfica empata e corre o risco de ficar para trás

Foto
O desespero de Nélson Oliveira traduz o sentimento dos benfiquistas após o empate a zero em Olhão Foto: Francisco Leong/AFP

Para o Benfica, ter Pablo Aimar em campo é sinónimo de ter alguém que pode decidir um jogo a qualquer momento, seja com um passe inesperado e milimétrico, seja com um remate colocado e indefensável. Tem valido muitas vitórias e pontos ao Benfica. Mas nesta sexta-feira, no José Arcanjo, em Olhão, não foi com um golo ou uma assistência que o médio argentino se destacou. Começou o jogo no banco, entrou depois do intervalo e 17 minutos depois era expulso por agressão. Resultado: o Benfica não conseguiu melhor que um empate sem golos com o Olhanense, em jogo da 24.ª jornada. Apenas um ponto conquistado que permitiu apanhar o FC Porto na frente do campeonato, uma posição que pode ser temporária dependendo do que os portistas fizerem amanhã em Paços de Ferreira.

Jorge Jesus quis poupar Aimar para o jogo da próxima terça-feira na Luz com o Chelsea, a contar para a Liga dos Campeões. Deixou-o no banco e esperou que a equipa resolvesse o jogo sem ter de recorrer ao argentino. Quando o intervalo chegou e o resultado estava 0-0 (e sem grandes oportunidades de golo), o técnico “encarnado” decidiu recorrer ao homem dos jogos difíceis. A aposta podia ter corrido na perfeição. Ao minuto 55’, o Benfica ganhou um livre à entrada da área e Aimar, na cobrança, colocou a bola junto ao segundo poste, onde Javi García não marcou por muito pouco.

Este podia ter sido o momento decisivo da noite, mas não foi. Esse iria acontecer sete minutos depois. Numa disputa com Rui Duarte, já sem bola, Aimar atinge com os pitons a coxa do jogador da Olhanense e o árbitro João Capela não teve dúvidas em expulsar o argentino. E, com isso, o Benfica viu diminuir drasticamente as suas possibilidades de resolver um jogo que já estava a ser difícil.

Na verdade, não foi apenas a expulsão de Aimar que impediu o Benfica de chegar à vitória. Foi também uma noite de total desinspiração “encarnada”, aliada a uma boa organização defensiva da formação algarvia, que voltou a impor um empate ao Benfica, tal como aconteceu nas duas épocas anteriores. Antes do tal livre de Aimar, apenas uma situação de golo, na primeira parte, para os “encarnados”: um cabeceamento de Jardel, um ex-Olhanense, após um canto, logo aos seis minutos.

Sem se atrever muito no ataque, a formação algarvia apresentava argumentos sólidos para poder marcar um golo, com o trio composto por Dady, Toy e Salvador Agra. A defesa “encarnada” não podia estar descansada, muito menos depois da expulsão de Aimar. Com o empate iminente, Jesus ainda lançou Saviola e Rodrigo para fazer número no ataque, mas o nulo manteve-se até ao final.

O Olhanense justificou bem o empate, dando razão a Jesus quando dizia que Sérgio Conceição (que estava castigado e não esteve no banco) ia dar treinador, ele que se estreou como jogador há 17 anos na I Divisão com Jesus como técnico do Felgueiras. Para o Benfica foram dois pontos perdidos, uma semana antes de receber o Sp. de Braga.

POSITIVOAgra

Continua a justificar a sua transferência para o futebol espanhol. Não marcou, mas nunca deixou a defesa do Benfica descansada.


Maurício

O experiente defesa brasileiro teve de enfrentar vários “inimigos” diferentes, mas anulou-os bem e até conseguiu impedir um golo em cima da linha de baliza. Os elogios a Maurício estendem-se à restante defesa do Olhanense.


NEGATIVOAimar

Jesus queria poupá-lo para o Chelsea, mas teve de recorrer a ele para mudar alguma coisa na segunda parte. O argentino marcou um livre que ia dando golo e, sete minutos depois, fez-se expulsar por uma agressão a Rui Duarte.


Benfica

Inesperada demonstração de fragilidade depois de uma vitória moralizadora frente ao FC Porto.


Ficha de jogo

Olhanense, 0Benfica, 0

Jogo no Estádio José Arcanjo, em Olhão.
Assistência: 4653 espectadores

Olhanense

Fabiano; Luís Filipe (Mateus, 55’), Vasco Fernandes, Maurício a63’ e Izmaily; Fernando Alexandre e Jander (Meza, 68’, a89’); Salvador Agra a32’, Rui Duarte, Toy a63’, Dady (Vítor Vinha, 76’, a82’). Treinador Sérgio Conceição.


Benfica

Artur; Maxi Pereira, Luisão, Jardel e Emerson a32’ (Saviola, 82’); Gaitán, Witsel (Rodrigo, 73’), Javi García e Nolito (Aimar, 46’, a61’) ; Nélson Oliveira (90’+4’), Cardozo. Treinador Jorge Jesus.


Árbitro

João Capela, de Lisboa.

Amarelos

Salvador Agra (32'), Emerson (32'), Maurício (63'), Toy (81'), Vítor Vinha (82'), Victor Meza (89') e Nelson Oliveira (90').

Vermelho

Aimar (62').

Notícia actualizada às 23h21
Sugerir correcção
Comentar