E se Messi não for ainda o melhor marcador do Barcelona?

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Messi está a marcar uma era no Barcelona Foto: Josep Lago/AFP

Nem Messi, nem César. Se forem contabilizadas todos os jogos, incluindo os não-oficiais, o melhor marcador da história do Barcelona não seria nem o argentino nem o espanhol, mas sim... um filipino. Além de ter sido o primeiro asiático a desbravar o continente europeu futebolístico, Paulino Alcántara, nascido em 1896 e jogador do Barça entre 1912 e 1927, detém um recorde de que poucos se podem orgulhar: estar à frente de Messi.

Nessas contas, Paulino aparece com 369 golos e é - até ver - o máximo goleador da história culé. César Rodríguez é o segundo, com 291, e Messi, o terceiro, com 253. Todos estes valores incluem jogos oficiais e particulares. Só que o argentino tem duas coisas a seu favor: é o único vivo e tem apenas 24 anos.

Terça-feira, Messi bateu o recorde de golos em jogos oficiais pelo Barcelona, com o seu hat trick ao Granada (vitória por 5-3 para a Liga espanhola). Chegou aos 234 golos, ultrapassando César, que tinha 232, alcançados entre os anos 50 e 60 do século passado. É algo tão impensável como Cardozo bater o recorde de Eusébio no Benfica, Hulk destronar Fernando Gomes no FC Porto ou Wolfswinkel substituir Peyroteo no Sporting.

Foi isso mesmo que o argentino fez: sentou-se no trono. O Camp Nou veio abaixo, deu-lhe os parabéns. Messi chegou aos 54 golos em todas as competições numa temporada - outro recorde -, faltando ainda dois meses de temporada pela frente. "Aos 24 anos, é impossível medir qual será o seu impacto futebolístico", escreveu ontem o El País. "Ele é, agora, o melhor jogador do mundo e aspira ser o melhor de todos os tempos". O catalão Mundo Deportivo vai mais longe. "No Twitter podia ler-se que Messi é o único jogador do mundo que é melhor ao vivo do que no PlayStation", escreveu um colunista no jornal.

Depois vem a contabilidade, a cargo do El Correo. O jovem nascido em Rosário, na Argentina, fez 189 golos com o pé esquerdo, 34 com o direito, nove de cabeça, um com o peito e outro com a mão esquerda (até aqui a semelhança com Maradona é gritante). Independentemente de todos os recordes e estatísticas (ver caixa), o Barcelona, os seus jogadores e treinador aproveitam o facto de o ter na equipa. "Temos o prazer de partilhar o balneário com ele. Eu sinto-me um privilegiado", disse ontem Gerard Piqué.

Pep Guardiola compara-o a Michael Jordan. "Jordan dominava o basquetebol e Messi domina o futebol. São muito poucos aqueles que dominam com tanta superioridade os seus desportos. Assim sim, pode-se comparar perfeitamente".

Na sua conta pessoal, Messi tem as suas vítimas preferidas. Aqui, o Atlético Madrid aparece na frente (com 18 golos marcados), depois o Sevilha (14) e o velho rival do Barça, o Real Madrid (com 13). Os portugueses também não escapam e o FC Porto e Sporting sofreram um cada um.

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