Aumento dos combustíveis é incompreensível, acusa o presidente do ACP
O presidente do ACP, Carlos Barbosa, considerou “despropositado” e incompreensível o novo aumento do preço dos combustíveis que entra hoje em vigor e os revendedores pedem uma “flexibilização” do imposto sobre os produtos petrolíferos.
“Não consigo entender, mais uma vez,” este “aumento despropositado dos combustíveis em Portugal”, disse à Lusa o presidente do Automóvel Clube de Portugal, afirmou também esperar que o ministro da Economia lhe explique as razões.
“Nem eu nem nenhum português entende como é que o barril de Brent está a 124,98 [dólares]”, quando em 2008 “estava a 160 dólares e nós tínhamos combustível mais barato”, disse à Lusa.
Além disso, acrescentou Carlos Barbosa, “hoje em dia o euro está benéfico em relação ao dólar”, o que, na sua opinião, significa que “há um problema nacional qualquer que tem de ser resolvido”.
Anarec quer flexibilização do ISPO presidente da Anarec (Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis), Virgílio Constantino, defendeu por seu lado que o Governo flexibilize o imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP), como forma de equilibrar os aumentos do preço dos combustíveis que estão a ameaçar a sobrevivência do sector.
“Perante os problemas que se vão registando à volta dos combustíveis, o Governo deveria fazer um esforço no sentido de aligeirar a carga fiscal. Não direi no IVA porque provavelmente será muito complexo, mas na carga do ISP”, afirmou à agência Lusa Virgílio Constantino, no dia em que a gasolina e o gasóleo voltaram a ficar mais caros.
“Julgo que o Governo deveria utilizar o ISP como um flutuador, de maneira a poder equilibrar sempre que se registam subidas abruptas do preço dos combustíveis”, defendeu.
Segundo o presidente da Anarec, o sector está “no limite da sobrevivência”, cenário que é complicado pelos “últimos aumentos sucessivos” do preço da gasolina e do gasóleo.
Subida de hoje eleva a mais de 75% o aumento desde 2004
O preço dos principais combustíveis, que já aumentou mais de 75% desde 2004, voltou hoje a subir, reflectindo a cotação média dos produtos energéticos nos mercados internacionais.
O aumento destes preços deverá ser inferior ao registado no início da semana passada. De acordo com fonte do sector, na última semana, as cotações médias da gasolina subiram 3,4% e as do gasóleo 2,1%, quando na semana anterior tinham aumentado 3,82% e 3,31%, respectivamente.
De acordo com dados da Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGGE), relativos a sexta-feira, o preço médio do litro de gasóleo comercializado no continente era de 1,475 euros e o da gasolina de 1,675 euros.