Apenas o Chelsea pode salvar a honra de Inglaterra na Liga dos Campeões

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Cavani marcou no primeiro jogo Foto: Reuters

Blues têm de recuperar dois golos frente ao Nápoles. A última vez sem equipas inglesas nos quartos-de-final aconteceu há 16 anos.

O golo marcado por Juan Mata no Sao Paolo dá esperança ao Chelsea para o jogo desta noite, mas é o Nápoles que entrará em Stamford Bridge na frente da eliminatória. Caso se confirme a vantagem dos italianos, que venceram 3-1 na primeira mão, não haverá uma equipa inglesa nos quartos-de-final da Liga dos Campeões pela primeira vez em 16 anos.

Os exemplos não são prometedores para o conjunto londrino: apenas três equipas (de 44 possíveis) conseguiram recuperar de uma desvantagem de dois ou mais golos desde que a Liga dos Campeões foi criada há duas décadas. E quando são, arranjam ainda assim maneira de deprimir os adeptos do Chelsea, que viram o seu clube desperdiçar em 1999-2000 a vantagem de dois golos que levou para Camp Nou.

"Quero que sejamos a quarta", disse André Villas-Boas depois do jogo em Nápoles. Mas é a Roberto Di Matteo que será dado o crédito se o Chelsea desafiar as probabilidades. Para isso, os blues têm obrigatoriamente de melhorar a forma mais recente demonstrada nos encontros em casa na fase a eliminar da competição, uma vez que não venceram nenhum dos cinco anteriores.

É preciso recuar até 1995-96, quando o Blackburn se ficou pelo último lugar na fase de grupos, numa altura em que só os campeões se apuravam para a prova, para encontrar uma temporada sem clubes ingleses nos quartos-de-final. Desde então, nas 15 épocas seguintes, pelo menos uma esteve entre as oito melhores do continente, o ciclo mais longo de presenças seguidas de qualquer país nesta fase.

Os clubes da Premier League têm sido dos mais dominadores da liga milionária, mas esta tem sido uma das épocas menos conseguidas dos seus representantes. Os dois rivais de Manchester, United e City, foram afastados logo na fase de grupos e o Arsenal caiu nos oitavos-de-final, frente ao AC Milan. O Chelsea é o único que poderá estar presente no sorteio de sexta-feira, um cenário diferente das cinco edições anteriores da prova, que contaram sempre com pelo menos dois representantes ingleses nos quartos-de-final.

A força de Inglaterra nunca foi tão evidente como em 2007-08, a primeira época em que quatro equipas da mesma nação (Arsenal, Chelsea, Manchester United e Liverpool) atingiram simultaneamente os quartos-de-final. Três chegaram às meias-finais e duas disputaram o título, conquistado pelo Manchester United numa final com o Chelsea. Um ano depois, o mesmo quarteto voltou a chegar aos quartos-de-final e apenas um desse lote não seguiu em frente. Até hoje, mais nenhuma federação europeia colocou quatro dos seus elementos nos últimos oito da Liga dos Campeões.

Houve um participante inglês em seis das últimas sete finais e o Chelsea acredita que ainda não está fora da corrida que acaba em Munique, em Maio. "Nada é impossível e em Stamford Bridge temos tido bons resultados na Liga dos Campeões", afirmou o espanhol Mata. Mas a sua equipa vai ter de ultrapassar uma desvantagem de dois golos, um dos melhores trios ofensivos da Europa (Hamsik, Lavezzi e Cavani) e um Nápoles que somou uma série de seis triunfos seguidos (a melhor desde que venceu sete jogos em 1988, com Maradona).

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