Farta do trabalho? Estudo diz que tenderá a refugiar-se na comida

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As mulheres com mais problemas no trabalho foram as com mais dificuldades em parar de comer Pedro Armestre/AFP

Não gostar do trabalho ou ser sujeita a demasiado stress é meio caminho andado para uma mulher procurar consolo na comida e fazer as piores escolhas alimentares, conclui estudo norte-americano.

De acordo com a investigação, publicada no American Journal of Clinical Nutrition, as participantes que mostravam alguns sinais de burnout, exaustão ou cansaço extremo, revelaram uma maior propensão para fazerem opções alimentares “emocionais”, acabando por comer mais (ou pior) quando sujeitas a momentos de stress, ansiedade e não quando têm efectivamente fome.

Os investigadores falam numa “alimentação descontrolada”, na qual as participantes com sintomas de esgotamento tendem a não conseguir parar de comer enquanto não virem o prato, o tacho ou o pacote vazio. “As mulheres que estão a experienciar o burnout são mais vulneráveis a uma forma de comer emocional e descontrolada e vêem limitada a sua capacidade de mudar o comportamento alimentar”, escreve Nina Nevanpera, a coordenadora do estudo, citada pela Reuters.

A investigadora do Finnish Institute of Occupational Health recomenda, por isso, que o burnout seja tratado antes de se partir para qualquer outra abordagem e sugere que este factor seja sido em consideração quando se planeia um tratamento da obesidade.

O estudo contou com 230 mulheres com idades compreendidas entre os 30 e os 55 anos que pretendiam mudar os seus estilos de vida. Todas estavam empregadas e no início da investigação preencheram um questionário que pretendia avaliar a percepção que tinham em relação ao trabalho e seus os hábitos alimentares. Ao todo, 22% apresentavam algum tipo de sintoma de burnout e foram estas que, ao longo do ano que durou o trabalho, tiveram mais dificuldades em implementar mudanças.

No entanto, o estudo salienta que não foi possível estabelecer nenhum tipo de relação entre o síndroma de esgotamento e o peso das participantes. Aliás, 50% das mulheres com burnout tinham um peso considerado normal – por oposição a apenas 30% nas que não tinham estes sintomas. Nina Nevanpera explica que uma das razões que poderá estar na base deste aparente paradoxo é o facto de as mulheres que reportaram sintomas de burnout terem níveis educacionais mais elevados. O que não invalida que com a continuação do comportamento não venham a ter problemas de excesso de peso, alerta.

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