Hope Solo: mais do que sex symbol, ela quer “ser a melhor guarda-redes do mundo”

As selecções finalistas do Mundial feminino de 2011, EUA e Japão, encontraram-se no Algarve. Pretexto entrevistar a provavelmente melhor (e mais bonita) guarda-redes do mundo

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Chega na pose descontraída de quem se prepara para aproveitar uma manhã de sol do Algarve. Descontraída, mas nem por isso descuidada. A aparência, de resto, contrasta com a roupa desportiva que tem vestida. Traz na mão uma chávena de café. Hope Amelia Solo, 30 anos, chegou a estudar Economia na faculdade mas apaixonou-se pelo futebol e pela baliza.

Solo é a guarda-redes titular e um dos rostos mais reconhecidos da selecção feminina dos EUA. Foi capa da respeitada Sports Illustrated, posou nua numa publicação da ESPN e participou no programa “Dança Comigo”.

Em entrevista ao PÚBLICO dias antes do jogo contra o Japão (derrota por 0-1), deu conta dos três grandes objectivos que persegue na carreira: ser a melhor do mundo, vencer um Mundial e somar outra medalha de ouro nos Jogos Olímpicos deste ano. Assim permita o ombro direito, que continua a sofrer com as sequelas de uma operação em 2010.

Como começou a jogar futebol?

O meu pai foi o meu primeiro treinador, quando eu tinha uns cinco anos. Pratiquei outras modalidades, mas era melhor no futebol. Até à faculdade era avançada.

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Por que se mudou para a baliza?

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Não foi algo que eu tivesse escolhido. Um dia a nossa guarda-redes lesionou-se, eu fui à baliza e mostrei que era destemida. Há a noção generalizada que os guarda-redes são aqueles que não correm, que não são bons com a bola nos pés. Mas quando aprendi os detalhes da posição ganhei-lhe tanto respeito que decidi mudar esta noção. Os guarda-redes devem ser os mais atléticos e os melhores com a bola nos pés.

Há uma relação especial dos americanos com a baliza?

Acredito num estilo americano de defender, parecido com o europeu. O meu estilo permite-me fazer menos defesas em voo. Não preciso de ir ao chão tantas vezes graças à minha velocidade, trabalho de pés e capacidade de deslocamento lateral. É importante a leitura do jogo, o posicionamento e a colocação das defesas no sítio certo.

Quão frustrante foi perder a final do Mundial em 2011?

Eu acreditava que esse era o Mundial em que o troféu ia voltar para os EUA. E tudo se começou a encaminhar nesse sentido, especialmente com a vitória nos quartos-de-final sobre o Brasil (2-2 após prolongamento e 5-3 nos penáltis). Na final, percebemos que o Japão estava a jogar por razões (tsunami e desastre nuclear em Fukushima) que iam além do jogo em si. E é difícil competir com isso. Respeito-as, foi uma vitória merecida.

Essa final foi épica. Os EUA estiveram duas vezes a ganhar e depois perderam nos penáltis.

Concordo. O facto é que cometemos dois erros defensivos que nos custaram o jogo. Mas o destino do Japão era ganhar, por razões maiores.

O futebol feminino tem maior visibilidade nos EUA após o Mundial 2011?

Sim, não só nos EUA. A modalidade está a crescer, há mais cobertura mediática. Embora o futebol feminino não seja igual ao masculino, também é um jogo bonito de ver. Somos olhadas como um exemplo.

A Hope tornou-se um símbolo, esteve na capa da Sports Illustrated. Como lida com esta maior atenção mediática?

Tudo o que fazemos é alvo de escrutínio. Mas o meu objectivo continua a ser ganhar o Mundial. Quero ganhar outra medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. E quero ser a melhor guarda-redes do mundo. Concentro-me na minha carreira desportiva, e a atenção mediática não me distrai.

O que é que gostava de fazer no final da sua carreira? Tem algum projecto adiado?


Não estou preocupada com o meu futuro. Para já, estou em preparação para os Jogos Olímpicos. Depois haverá opções. Tive uma proposta para fazer um filme sobre a minha vida, focando mais o lado pessoal.

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