Sobre a aposta do Centro Cultural de Belém na programação nacional

A Fundação Centro Cultural de Belém quer abrir as portas aos criadores portugueses. Deixo-vos só um pequeno conselho: enviem as vossas propostas em desacordo ortográfico

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frmorais/Flickr

Num aviso anunciado em vários de órgãos de comunicação, a Fundação Centro Cultural de Belém (FCCB) manifestou o seu intuito e interesse em abrir as portas (e os cordões à bolsa) para programar, em sua casa, os criadores portugueses que pretenderem candidatar-se.

“A FCCB, presidida desde finais de Janeiro por Vasco Graça Moura, está a convidar os agentes culturais portugueses das várias áreas a apresentarem propostas que possam vir a integrar a programação da instituição no próximo triénio de 2013 a 2015.”

A ideia é francamente boa e de louvar, dada a falta de oportunidades dos criadores portugueses para apresentar projectos artísticos e levá-los a bom porto (o óleo pesado está caro). Esta iniciativa é absolutamente inédita por parte da FCCB e vem incentivar a produção artística nacional, apostando sobretudo na qualidade e actualidade dos projectos propostos.

A FCCB compromete-se a analisar cada proposta e desta forma aproveitar para fazer um “apanhado” dos vários criadores que existem em Portugal (isto partindo do princípio que quase todos irão concorrer), sendo que o nível de excelência que as anteriores programações da FCCB tiveram, não poderá de modo algum defraudar as expectativas do público já fidelizado e dos espectadores em geral.

“Todos os interessados têm até ao dia 31 de Março para se candidatarem, através do site do CCB, devendo as propostas serem caracterizadas sinteticamente e acompanhadas de uma estimativa de custos, indicação de eventuais patrocínios e previsões de financiamento.”

A FCCB na pessoa de Vasco Graça Moura garante que, se for uma iniciativa bem sucedida, esta passará a ser a forma de programar em Belém, deste ano em diante. Apoio completamente esta tomada de posição. Contudo, deixo-vos só um pequeno conselho (para ler com ironia): criadores portugueses, por mais pós-modernos que sejais, enviai as vossas propostas em desacordo ortográfico. Não vá, sua Graça Moura tecê-las.

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