James chegou a tempo de resolver o clássico no Estádio da Luz

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James foi decisivo no jogo da Luz Foto: Marcos Borga/Reuters

Chegou a Lisboa às 8h30, depois de uma extenuante viagem dos EUA para Portugal. Juntou-se aos seus companheiros às 9h15. Descansou o resto do dia. E ainda teve força para resolver um encontro fundamental para o FC Porto no campeonato. James Rodríguez saltou do banco aos 58’, numa altura em que o Benfica vencia e dominava o clássico, empatou o encontro seis minutos depois e, aos 87’, cobrou o livre para o golo da vitória dos “dragões”. O Sp. Braga pode neste sábado alcançar os “encarnados” no segundo lugar da Liga.

Para o clássico, Jorge Jesus optou pelo desenho táctico mais conservador dos “encarnados” na presente temporada (4x2x3x1), apostando no equilíbrio e estabilidade no meio-campo, com Witsel ao lado de Javi García, antes do trio mais adiantado.

No lado contrário, Maicon voltou ao flanco direito da defesa, com Otamendi a acompanhar Rolando no miolo. Djalma foi a escolha (previsível) de Vítor Pereira para o lado esquerdo do ataque portista (face à lesão de Varela e ao condicionamento de James, regressado apenas nesta sexta-feira de um jogo particular da selecção, nos EUA, frente ao México), numa linha que incluía Hulk na direita e Janko no centro.

As pedras estavam lançadas e ninguém saiu defraudado com a primeira metade do clássico. Um golo a abrir, outro a fechar os primeiros 45’ e, pelo meio, uma mão cheia de oportunidades das duas equipas. Um primeiro tempo frenético, nem sempre bem jogado, mas inegavelmente intenso.

Pouco afectado com o ambiente “infernal” na Luz, o FC Porto entrou determinado no encontro. Bem organizado colectivamente, com as suas linhas bastante subidas e apostando numa pressão alta, com constante circulação de bola, os “dragões” condicionaram drasticamente a primeira linha de construção do Benfica, que perdeu os primeiros 20’ do jogo.

E a desorientação da equipa da casa foi reforçada logo aos 7’, com um grande golo de Hulk, ao seu estilo. Com espaço, ultrapassou facilmente Emerson, na direita, flectiu para dentro da área e atirou uma “bomba” só travada pelas redes “encarnadas”.

O Benfica demorou a acordar, mas quando o fez criou estragos ao adversário e levou ao erro a defesa menos batida do campeonato. O protagonista da reacção foi Cardozo que, em apenas 18’, sintetizou a relação de amor-ódio que mantém com os adeptos da Luz. Primeiro veio o fel, com o avançado a falhar o golo, aos 23’, quando, sozinho perante Helton, permitiu a defesa do guarda-redes portista. Depois veio o mel, com o paraguaiu numa posição parecida a não falhar.

Mas entre estes dois lances contrastantes, os “dragões” desperdiçaram três grandes oportunidades para chegar ao 2-0. Mérito de Artur que, com duas defesas consecutivas travou os remates de Janko e Álvaro Pereira (36’), numa altura em que os visitantes voltaram a acelerar no encontro. De livre frontal, Moutinho fez ainda a bola cheirar a barra (38’).

Se os portistas precisaram de sete minutos para inaugurar o marcador no primeiro tempo, aos lisboetas chegaram três para inverterem o resultado no segundo. Mais uma vez mérito de Cardozo, que bisou, mas também de Aimar que cobrou o livre directamente para a cabeça do paraguaio.

A perder, Vítor Pereira arriscou tudo (ou quase). Chamou James para o lugar de Rolando (amarelado), puxou Maicon para o seu lugar natural no centro da defesa e adaptou Djalma a defesa direito. E teve resultados. Aos 64’, num contra-ataque conduzido pelo colombiano, este tabelou com Fernando, e recebeu para empatar. O Benfica, que se ressentiu da saída de Aimar, lesionado, aos 52’ (rendido por Rodrigo), não soube reagir. A expulsão de Emerson, aos 78’, por acumulação de cartões amarelos complicou ainda mais a situação.

Vítor Pereira acreditou que podia sair de Lisboa com três pontos chamou Kléber (para o lugar de Moutinho), apostando numa dupla de pontas-de-lança e instantes depois, a sua equipa chegaria ao terceiro golo. James cobra um livre para a área e Maicon (que partiu de posição irregular) aproveitou uma saída em falso de Artur, garantindo o triunfo visitante.

POSITIVOJames

Foi uma semana frenética para o colombiano, mas não podia ter terminado melhor. Jogou 80’, na quarta-feira, na Flórida, frente ao México, e teve forças para decidir o clássico.


Hulk

Apontou o seu primeiro golo em 2012. E que grande golo a abrir o espectáculo.


Cardozo

Dois golos do paraguaio fizeram o Benfica sonhar muito alto, mas acabaram por ser curtos para a vitória.


NEGATIVOEmerson

Teve culpas no golo de Hulk e a sua expulsão condicionou os “encarnados”.


Jesus

Foi o quarto jogo consecutivo sem vencer 
e poderá ter sido fulcral para 
as aspirações no campeonato.


Artur

Maicon até partiu em 
fora-de-jogo, mas Artur 
teve uma saída em falso no lance do 2-3.


Ficha de Jogo

Benfica, 2FC Porto, 3

Jogo no Estádio da Luz, em Lisboa.Assistência 58.222 espectadores.

Benfica

Artur, Maxi Pereira, Luisão, Garay (Miguel Vítor, 71’), Emerson, Javi García (Nélson Oliveira, 90’), Witsel, Gaitán, Aimar (Rodrigo, 51’), Nolito e Cardozo. Treinador Jorge Jesus.

FC Porto

Helton, Maicon, Rolando (James Rodríguez, 58’), Otamendi, Álvaro Pereira, Fernando, Lucho González, João Moutinho (Kléber, 86’), Hulk (Sapunaru, 90’+3’), Janko e Djalma. Treinador Vítor Pereira.

Árbitro

Pedro Proença, de Lisboa.

Amarelos

Rolando (21’), Álvaro Pereira (24’), Djalma (29’), Cardozo (45’+1’), Emerson (63’ e 77’), Helton (90’+1’), Hulk (90’+2’) e Maxi Pereira (90’+4’).

Vermelho

Emerson (77’).

Golos

0-1, por Hulk, aos 7’; 1-1, por Cardozo, aos 41’; 2-1, por Cardozo, aos 48’; 2-2, por James Rodríguez, aos 64’; 2-3, por Maicon, aos 87’.

Notícia actualizada às 23h25
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