UGT receia uma grave crise social

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Foto: Adriano Miranda

O secretário-geral da UGT defendeu hoje que “se não colocarmos o desemprego no centro das preocupações estamos a ir muito mal”, podendo originar-se “uma grave crise social”, e insistiu que não há emprego sem crescimento económico.

“O desemprego deve ser a principal preocupação a nível nacional”, disse à Lusa o secretário-geral da UGT, João Proença, em reação aos números do desemprego em Portugal, divulgados hoje pelo Eurostat.

De acordo com o organismo de estatísticas da União Europeia, Portugal atingiu em Janeiro uma taxa de desemprego de 14,8%, mais duas décimas do que no mês anterior, e que coloca o país ao lado da Irlanda, no terceiro posto dos países com taxas de desemprego mais elevadas.

“Há que haver uma reação, que para nós passa por políticas de crescimento, de emprego, mas também no local de trabalho, com uma aposta grande na negociação coletiva. Se não colocarmos o combate ao desemprego no centro das preocupações, estamos a ir muito mal, porque poderá originar uma grave crise social”, reiterou João Proença.

Valores devem continuar a subir até à Primavera

Para o sindicalista é de esperar que o desemprego continue “em crescendo até Março, Abril, depois haverá um abrandamento normal do Verão”, e a taxa deve voltar “a disparar” no último trimestre do ano.

“Há condições para que estes números não disparem tanto, é que haja verdadeiras políticas de emprego”, disse, referindo a necessidade de aplicar os compromissos para o emprego definidos no acordo tripartido [assinado no âmbito da concertação social] e a necessidade de apostar na qualificação, nos estágios e no reforço da empregabilidade.

Na opinião de João Proença, isto é fundamental, “sobretudo para criar condições no período de relançamento económico, para estarmos preparados para responder aos desafios”.

Quanto à iniciativa europeia que procura dar resposta ao desemprego jovem nos oito países mais afetados pelo problema, incluindo Portugal, João Proença entende que poderá ter um “efeito positivo” na redução da taxa de desemprego.

“Achamos que poderá ser uma iniciativa importante, mas não poderá ser a única”, afirmou, pedindo políticas nacionais que promovam o crescimento económico e o emprego.

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