Três formas de reinventar o guarda-roupa sem gastar muito dinheiro

Com pouco dinheiro é possível ter peças novas no armário. Transformar e trocar são as palavras de ordem

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BrianJMatis/Flickr

Não é novidade nenhuma afirmar que a moda é cíclica. E também não descobrimos a pólvora quando falamos em personalização ou reciclagem de roupa. Sabes aquela camisa branca perdida no armário que podia combinar com tudo mas é tão básica que irrita? Ou, então, aquelas calças Levi’s dos anos 80 que deixaste de usar porque ficaram curtas? Há boas formas de renovar as peças que foram, ao longo do tempo, caindo em desuso.

Aprender a costurar

Para quem não tem jeito para costura mas até gostava, uma hipótese é frequentar workshops. Em Lisboa, a Costura Criativa, fundada por Ana Teresa Antunes, tem já um agendado para o próximo dia 25 de Fevereiro. Instaladas na Junta de Frequesia de São José, em Lisboa, há workshops de 2ª a 5ª e aos sábados, com preços a partir dos 20 euros.

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O workshop mais procurado da Oficina Costura Criativa é o de “Corte e Costura” - custa 70 euros

O workshop mais procurado é, diz Ana Pimpista ao P3, o “Corte e Costura”. 70 euros é o valor da inscrição para fazer uma saia e 80 para vestidos ou blusas. À excepção da máquina da costura, todo o restante material (tecidos, debruns etc.) deve ser levado pelos participantes.

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A espanhola Isa García personaliza e tranforma a sua própria roupa por puro prazer

Mas também dão dicas para transformar peças a baixo custo. Ana sugere a transformação de uma calças em calções: “Mesmo que fiquem largos há muitas formas de os tornar giros. Por exemplo com pregas, que estão super na moda”. Ou “os vestidos vintage da avó. Podemos cortar as mangas, cortar o decote, apertar com um elástico na cintura que é muito fácil”. Ou, ainda, transformar uma simples camisa branca, colocando fechos ou fitas, cortando a manga e fazer um laço”. Enfim, fica ao critério de cada um.

Em Matosinhos terá lugar no dia 7 de Março um curso de reciclagem de guarda-roupa, o Fashion ReMade, promovido pela Coisas Assim. Terá a duração de um mês e realizar-se-á às quartas-feiras. O valor da inscrição são 80 euros.

Transformar sem sair de casa

Para quem não está para aí virado e não quer dispender muito dinheiro – até porque a ideia é gastar o mínimo possível – vários blogues dão dicas, passo a passo, para costumizar roupa. Basta para isso comprar os materiais necessários e pôr mãos à obra. Entre os mais famosos destacam-se o Honestly WTF, P.S. - I Made This ou o I SPY DIY, verdadeiros fenómenos do conceito Do It Yourself (DIY). Mas em Portugal, também os há. 

Inês Nogueira, designer gráfica de 40 anos, não fica atrás dos supracitados. No seu Caderno Branco deixa várias dicas, não só relativas a roupa mas a qualquer tipo de objectos: mobiliário, acessórios, brinquedos. Mas isto tem um problema, afirma Inês: “Já não consigo deitar nada fora. Sinto que as peças ainda vão ter uma nova vida”.

Entre as transformações com mais sucesso enumera t-shirts que passaram a almofadas, camisolas de lã que serviram embelezaram botijas de água quente e as calças gastas das filhas que cortou e debruou com tecidos coloridos para fazer calções: “É ultra simples fazer isto”.

Este sábado, no P3, as meninas do gabinete Pretty Exquisite também mostram num vídeo, passo a passo, como personalizar uma camisola. A proposta da rubrica Do Outro Lado do Espelho também ensina a fazer bases românticas para canecas. É ver para crer.

Já em Espanha, Isa García, de 34 anos, garante que o fenómemo DIY ainda não está muito entranhado, embora seja "algo que cresce de dia para dia." Personaliza e tranforma a sua própria roupa por puro prazer e garante que "com umas noções básicas de cultura e um pouco de imaginação é possível dar uma segunda oportunidade aos artigos usados". A par do seu blogue, o OnlyLola, existe, a título de exemplo, o ¿Qué puedo hacer con isto? e o La Loca de la Costura.

Vender roupa usada e comprar nova

A terceira sugestão é mesmo vender a roupa usada para comprar nova. Ana Pimpista, da Costura Criativa, tem várias amigas que o fazem via Facebook. No Porto, a loja Lemon Pie também vai aceitando peças. Em Madrid, a famosa feira El Rastro, que acontece todos os domingos de manhã, também é um óptimo sítio para vender roupa usada. É semelhante à Feira da Ladra em Lisboa, ou à Feira da Vandoma, no Porto, mas mais alternativa e movimentada.

Assim, o dinheiro angariado pode ser usado para adquirir peças novas. Porém, se a ideia não for essa, iniciativas como a Troca-Te sugerem a troca de peças usadas por outras peças igualmente usadas, até um máximo de dez artigos. Para quem não tiver preconceitos é uma forma de renovar o "closet" sem gastar dinheiro algum. E, afinal, foram quatro dicas.

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