Angelina Jolie ameaçada depois de estrear filme sobre a Bósnia

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Jolie apresentou o filme no dia 11 no festival de cinema de Berlim AFP

Angelina Jolie apresentou esta semana o filme no Festival de Berlim

A actriz e realizadora Angelina Jolie fez um relato chocante da guerra na Bósnia com o seu filme In the Land of Blood and Honey. Mas o que a reacção ao seu filme está a mostrar é que o conflito, que durou entre 1992 e 1995, está longe de ser superado, e que o país está ainda muito dividido.

Jolie acabou por adiar a sua presença em Belgrado para a estreia do filme na Sérvia, dizendo que não queria ser usada como “arma política” num ano de eleições. A actriz negou que esta ausência tivesse sido ditada pelas ameaças que recebeu, tanto ela como os actores do filme, depois da estreia em Saravejo.

“Houve coisas que me enviaram, houve coisas online”, contou Jolie ao diário britânico The Guardian. “Os actores nunca se queixaram, mas ouvi através de outras pessoas. Houve janelas de um carro partidas e um deles teve um problema quando alguém acedeu ao seu email e enviou mensagens, como se fossem dele, dizendo que se tinha magoado”.

O filme conta a história de um casal, um sérvio bósnio e uma muçulmana, apanhados de surpresa pela guerra que começou em 1992. Mostra execuções sumárias e a violação sistemática de mulheres, muçulmanas e croatas, nos campos dos sérvios (estima-se que cerca de 50 mil mulheres bósnias tenham sido violadas durante a guerra).

O filme não vai ser mostrado na Republika Srpska, a entidade sérvia da Bósnia.

Esta é apenas uma das últimas notícias a mostrar o mal-estar e a divisão do país dos Balcãs. O novo Governo, saído dos resultados inconclusivos das eleições de Outubro de 2010, foi aprovado pelo Parlamento na semana passada.

Uma das principais consequências do vazio de Governo foi que o país esteve sem orçamento durante os últimos 16 meses –- o orçamento e um plano fiscal para os próximos dois anos são essenciais para acesso a verbas do FMI e da Comissão Europeia. Na Bósnia a situação económica tem piorado, e a taxa de desemprego está em quase 30% por cento. A crise afectou o país directa e indirectamente: muitos bósnios a viver fora regressaram depois de ficarem sem emprego noutros países da Europa ou nos Estados Unidos. 

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