Grécia falha acordo global para novo resgate financeiro

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Lucas Papademos à chegada à reunião AFP

Os líderes dos três partidos da coligação governamental na Grécia não chegaram a acordo para um compromisso escrito sobre as medidas exigidas pela zona euro e o FMI para a Grécia receber um segundo resgate externo.

Em discussão estavam medidas de austeridade que passavam por duros cortes, nomeadamente no salário mínimo (751 euros), que baixaria 20%.

Havia ainda novos cortes orçamentais no valor de três mil milhões de euros e o corte de 15 mil postos de trabalho na Função Pública.

Este reforço da austeridade na Grécia permitiria um novo pacote de assistência financeira no valor de 130 mil milhões de euros.

A reunião, que juntou o primeiro-ministro, Lucas Papademos, o socialista do PASOK Georgios Papandreou (anterior primeiro-ministro), o conservador Antonis Samaras, da Nova Democracia, e Georges Karatzaféris, do partido de extrema-direita LAOS, arrancou a meio da tarde em Atenas (cerca das 15h em Portugal Continental) e terminou cerca de oito horas depois.

À chegada ao edifício-sede do gabinete do primeiro-ministro, Georges Karatzaféris considerou que os credores da Grécia estão intencionalmente a pressionar a coligação a fechar um compromisso rapidamente. “O facto de o tempo ser utilizado como forma de chantagem pelos nossos credores preocupa-me”, afirmou, citado pela agência AFP.

O líder do LAOS referia-se à pressão feita nos últimos dias pela Comissão Europeia, pela voz de Durão Barroso, e pelos parceiros da zona euro, em particular Nicolas Sarkozy e Angela Merkel, para a Grécia finalizar um compromisso escrito e explícito com as novas reformas económicas que deverá cumprir como contrapartida de um segundo empréstimo, de 130 mil milhões de euros.

O braço-de-ferro entre os responsáveis levou nesta quarta-feira o presidente do Eurogrupo a fazer depender de um acordo a realização de uma reunião de ministros das Finanças da zona euro. Jean-Claude Juncker anunciou que, em função do resultado das negociações, convocaria, ou não, os responsáveis pela pasta das Finanças dos 17 países da moeda única para um encontro a ter lugar nesta quinta-feira.

Antes de ser conhecido publicamente qualquer desfecho das discussões em Atenas, Juncker, confirmou, entretanto, que o encontro terá lugar em Bruxelas, às 18h locais.

De acordo com a AFP, em Paris, vai também reunir-se o comité do Instituto de Finança Internacional, a entidade que representou os credores privados da Grécia nas negociações com o Governo de Papademos.

O encontro desta quinta-feira servirá para o director-geral do instituto, Charles Dallara, e o negociador Jean Lemierre, do banco francês BNP Paribas, avaliarem com os restantes membros do comité os resultados das últimas discussões que mantiveram em Atenas.

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