Flexibilização do programa de ajustamento não está na mesa, garante Vítor Gaspar

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Foto: Nuno Ferreira Santos

Uma flexibilização do programa de ajustamento português associado a um empréstimo internacional de 78 mil milhões de euros não está de forma alguma na mesa, e não foi nem será pedida pelo governo, garantiu o ministro das finanças, Vítor Gaspar.

"Nós não pediremos nem mais tempo nem mais dinheiro, nós cumpriremos o programa de ajustamento, nós seremos capazes de concretizar do nosso lado este compromisso muito importante para o sucesso da área do euro", garantiu Gaspar no final de uma reunião dos ministros das finanças da zona euro consagrada à Grécia.

O ministro reagia à divulgação pela TVI de uma breve conversa que manteve antes do início da reunião com o seu homólogo alemão, Wolfgang Schäuble, a propósito de uma possível flexibilização do programa português.

Conversando em voz baixa mas num momento em que as câmaras das televisões europeias são autorizadas a filmar a sala antes do arranque dos trabalhos , Schäuble disse ao seu homólogo português: "Se no final precisarmos de um ajustamento do programa, depois de serem tomadas decisões substanciais sobre a Grécia - isso é essencial - mas se nessa altura houver necessidade de um ajustamento do programa português, estaremos disponíveis para o fazer". Ao que Vítor Gaspar respondeu: "agradecemos muito."

Para o ministro português, Schäuble limitou-se a repetir a posição já assumida e reiterada pelos líderes da zona euro de que se Portugal cumprir os objectivos do programas mas não conseguir regressar ao mercado para se financiar por razões exteriores à sua vontade, poderá continuar a ser ajudado pelos parceiros. Ou seja, frisou, a afirmação do ministro alemão "não tem qualquer elemento de novidade ou notícia".

Essa abertura da zona euro refere-se a "um mecanismo de seguro para circunstâncias que são indeterminadas e indetermináveis" e que "não correspondem de maneira nenhuma a uma situação em que uma flexibilização do programa português esteja na mesa neste momento ou seja procurada por nossa iniciativa".

"O que o ministro das finanças alemão fez, na minha interpretação, foi dar a Portugal uma manifestação de simpatia e de apreço pelo sucesso dos esforços que Portugal tem realizado no cumprimento do seu programa de ajustamento", concluiu.

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