Trabalhadores da Unicer repudiam despedimentos

Mais de 100 trabalhadores da fábrica da Unicer em Santarém aprovaram, ontem, por unanimidade uma moção de repúdio contra o encerramento da unidade de produção de cervejas previsto para o próximo ano, e que afecta 133 pessoas. A reunião foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB), que já reuniu com os grupos parlamentares e o secretário de Estado do Emprego, Pedro Silva Martins.

"Das reuniões que tivemos, recebemos apoio do PCP, PSD e CDS. O presidente da Câmara de Santarém também nos manifestou a sua discordância com o fecho da fábrica. Já o secretário de Estado disse que as empresas são soberanas nas decisões que tomam", revelou Fernando Guerra, dirigente do SINTAB. O sindicato lançou ainda um abaixo-assinado junto dos trabalhadores e da população local, para contestar o encerramento.

A Unicer, que detém a Super Bock, decidiu deslocalizar a produção de cervejas de Santarém para Leça do Bailio até Março de 2013, no âmbito de um processo de consolidação que permite à empresa poupar 11 milhões de euros por ano. A intenção da cervejeira nortenha é reintegrar 60 pessoas de Santarém noutros centros de produção.

Joana Queiroz Ribeiro, directora de Pessoal e Comunicação da Unicer, disse ao PÚBLICO que até final do mês os trabalhadores terão decidir se querem manter-se na empresa, se preferem sair antes de Março de 2013 ou se optam por permanecer na fábrica até essa data. "Das pessoas que já manifestaram a sua opção, somente para 6% a primeira escolha não é continuar na Unicer. Um indicador que avaliamos como muito positivo, considerando o número de processos de auscultação ainda pendentes", afirmou, sem especificar. Os colaboradores a despedir terão acesso a um programa de integração no mercado de trabalho (outplacement) e uma indemnização "muito acima da definida legalmente".

A cervejeira vai investir 80 milhões de euros na expansão da fábrica-mãe em Leça do Bailio, que passará a ter mais duas novas linhas de enchimento e maior capacidade instalada. Santarém mantém as plataformas de armazenagem e de distribuição e a operação nos refrigerantes.

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