Vaga de frio que já fez mais de 450 mortos é "notável" mas não "excepcional"

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Um monumento em Kiev, na Ucrânia, coberto de neve SERGEI SUPINSKY/AFP

A vaga de frio que já fez 450 mortos na Europa está a ser “notável” pela sua longa duração e pela chegada tardia, diz a Organização Meteorológica Mundial (OMM), mas não é, excepcional.

Um sistema de altas pressões vindo da Sibéria está a bloquear a entrada de tempestades vindas do oceano Atlântico, que trazem temperaturas mais amenas para a Europa. O Velho Continente está sob a influência contínua deste sistema, muito extenso – mas que não é propriamente inédito no hemisfério Norte, explica a OMM.

As temperaturas em Moscovo desceram até 25 graus Celsius negativos no início de Fevereiro, e países do leste da Europa como a Letónia, a Bielorrúsia, a Ucrânia ou o Nordeste da Polónia vivem temperaturas à volta dos 30 negativos. Mas, apesar de extremamente baixas, não são recordes. “A vaga de frio deve atenuar-se na próxima semana”, disse um cientista da OMM, numa conferência de imprensa, citado pela AFP.

O número de vítimas desta vaga de frio, no entanto, não pára de aumentar. Contando com todas as causas de óbito, já se ultrapassaram as 450 vítimas.

Na Ucrânia, onde pelo menos 136 pessoas já morreram por causa do frio desde 27 de Janeiro, um idoso morreu numa ambulância, sem acesso a cuidados médicos, porque a viatura ficou imobilizada pela neve, diz a AFP, citando o site Korrespondent.net.

Na Polónia, o número de mortes por hipotermia chega já a 68 – seis aconteceram nas últimas 24 horas, segundo a polícia. A maior parte são sem-abrigo, mas muitas pessoas morreram nas suas casas. Há 50 mortes em casa, com dois óbitos por asfixia desde segunda-feira, devido à inalação de monóxido de carbono.

Na República Checa há 24 mortos, na Roménia 36, na Bulgária 16 – e além de tempestades de neves há também inundações. No Nordeste, o tráfico está parado: a única ponte que permite atravessar o Danúbio e chegar à Roménia está cortada. Na Hungria registam-se 13 mortes.

Alemanha e Áustria contam quatro mortos, e França, onde foi registado um recorde de consumo de energia eléctrica, há seis vítimas mortais do frio. Em Inglaterra as temperaturas caíram a dez graus negativos durante a noite, e teme-se que haja dificuldades na circulação dos comboios.

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