Passos diz que situação grega não põe em causa o plano de troika em Portugal

Foto
Passos diz que a situação portuguesa é mais próxima da irlandesa Foto: Miguel Manso

O primeiro-ministro afirmou hoje que “o cumprimento do programa” de assistência a Portugal “não está em causa”, independentemente das negociações na Grécia, dizendo esperar que Atenas consiga “acertar” um segundo plano que “dê estabilidade” à Europa.

“Espero que seja possível, dentro do novo Governo grego, acertar um segundo programa de ajuda que dê estabilidade financeira à Europa e que permita aos próprios gregos encontrarem um programa de ajustamento que seja realizável”, declarou Pedro Passos Coelho.

O chefe do Governo falava aos jornalistas no final da cerimónia de tomada de posse dos membros do Conselho Nacional para a Ciência e Tecnologia, onde esteve também o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato.

Questionado pelos jornalistas sobre se o impasse nas negociações para um segundo programa de ajustamento na Grécia pode obrigar a uma alteração no plano português, Passos Coelho rejeitou em toda a linha esse cenário.

“O cumprimento do nosso programa não está em causa, qualquer que seja o resultado do que se estiver a passar na Grécia”, respondeu.

“Espero que essa questão fique esclarecida de uma vez por todas, nós temos um programa de assistência económica e financeira que é decisivo para que Portugal possa vencer o desequilíbrio orçamental e externo em que mergulhou, qualquer que seja o resultado da negociação com a Grécia”, respondeu.

Passos reconheceu que o mundo é “interdependente” e que “não há países imunes ao que se passa no exterior”, mas sublinhou o que considerou serem as diferenças entre Portugal e a Grécia: “Nós não temos uma situação parecida com a da Grécia, temos uma situação muito mais próxima à da Irlanda, que começou o seu programa há mais tempo, o nosso começou há cerca de oito meses”.

“Os indicadores que temos de execução do nosso programa são positivos e isso leva-nos a crer que se concluirmos com sucesso o nosso programa, Portugal estará em condições de vencer a actual crise”, reforçou.

“Qualquer que seja o resultado dessa negociação que está a decorrer em Atenas, Portugal precisa de corrigir os seus desequilíbrios e, de acordo, com o programa que tem (...) Reafirmo que esse programa é fazível e cumprível, impõe, evidentemente, medidas que são bastante duras, todos nós já o sabemos”, acrescentou.

O chefe do Governo PSD/CDS-PP manifestou ainda esperança em que Atenas consiga “um resultado positivo” e que “que exista vontade do Governo grego de acertar um novo programa de ajuda à Grécia que, ao mesmo tempo, seja compatível com uma dívida sustentável”.

Sugerir correcção
Comentar