Frio glaciar não desmobilizou oposição a Putin, que também teve apoiantes na rua

"Abaixo o poder de corruptos e ladrões" lê-se no chapéu deste manifestante anti-Putin
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"Abaixo o poder de corruptos e ladrões" lê-se no chapéu deste manifestante anti-Putin Foto: Kirill Kudriavtsev/AFP
Balões lançados ao ar na manifestação anti-Putin
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Balões lançados ao ar na manifestação anti-Putin Foto: Anton Golubev/Reuters
Activista pró-Putin segura um cartaz com a cara do primeiro-ministro russo
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Activista pró-Putin segura um cartaz com a cara do primeiro-ministro russo Foto: Sergei Karpukhin/Reuters
Mobilização de apoio a Vladimir Putin ocupou o parque do memorial Poklonnaya
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Mobilização de apoio a Vladimir Putin ocupou o parque do memorial Poklonnaya Foto: Alexei Sazonov/AFP
"Por que cortou Vladimir o seu bigode?" lê-se neste cartaz
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"Por que cortou Vladimir o seu bigode?" lê-se neste cartaz Foto: Denis Siniakov/Reuters

Dezenas de milhares de moscovitas desafiaram as temperaturas glaciares, saindo à rua neste sábado, no terceiro grande protesto contra o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, que reuniu também uma multidão de apoiantes numa contramanifestação simultânea.

A polícia disse que o protesto da oposição não teria juntado mais de 23 mil pessoas, mas os jornalistas no local falavam numa participação superior e organizadores reclamaram 120 mil participantes no desfile que terminou junto ao Kremlin, enfeitado com balões e fitas brancas.

Uma mobilização próxima do último protesto e que desmente os receios da oposição de que o frio intenso esvaziasse as ruas, retirando impulso à contestação que se arrasta desde as legislativas de Dezembro, que considerou fraudulentas. O Kremlin acusa os opositores de agirem a mando dos ocidentais e uma comissão oficial concluiu que os vídeos que mostravam irregularidades “foram montados e divulgados a partir de um mesmo servidor nos EUA”.

“Putin congelou a nossa democracia. Estamos aqui a congelar em solidariedade”, lia-se num dos muitos cartazes com palavras de ordem contra o chefe do Governo que, depois de ter cedido, em 2008, a presidência a Dmitri Medvedev, se prepara agora para regressar ao cargo, nas eleições agendadas para Março. As sondagens dão como certa a sua vitória, mas os opositores esperam que a pressão das ruas o force a introduzir reformas políticas.

A curta distância deste protesto, milhares de pessoas manifestaram-se em apoio a Putin e contra aquilo que ele chama de “protestos laranja” (a cor que simbolizou a revolta pró-ocidental na Ucrânia). A polícia falou em mais de 90 mil pessoas, mas os activistas alegam que muitas foram pressionadas a participar.

Notícia corrigida às 13h58. Por lapso surgiu no final do texto a legenda em inglês da fotografia da AFP que integra a notícia.
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