FC Porto tinha perdido até com uma arbitragem competente

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Cláudio marcou dois dos golos do Gil Vicente Foto: Miguel Vidal/Reuters

O FC Porto perdeu a hipótese de igualar o recorde de jogos sem derrotas que está na posse do Benfica de John Mortimore e, pior do que isso, saiu de Barcelos, frente ao Gil Vicente, com um surpreendente desaire (3-1) que o deixa a cinco pontos da liderança. Uma situação que começa a ser muito perigosa para quem terá de jogar na Luz dentro de quatro jornadas, no início de Março. A última derrota portista tinha sido a 28 de Fevereiro, em Alvalade, frente ao Sporting, que venceu por 3-0 um adversário treinado então por Jesualdo Ferreira.

Com Souza no lugar do castigado Fernando e com Maicon ainda no papel de defesa-direito (e a levar vantagem sobre os 18 milhões que custou contratar Danilo), o FC Porto desde cedo mostrou dificuldades em lidar com um adversário bem organizado e que explora com mestria as transições ofensivas, principalmente através da jovem estrela Hugo Vieira. Os portistas nunca lidaram bem com o duplo pivot defensivo do adversário e Defour não encontrava espaço como vértice mais adiantado do triângulo na sua versão de pernas para o ar. Tão ou mais grave, Álvaro Pereira não deu a habitual profundidade no lado esquerdo.

O Gil Vicente tirou partido de uma eficácia concretizadora louvável (marcou nos dois primeiros remates e nas duas primeiras oportunidades), mas em tudo o resto soube afirmar-se como uma equipa bem treinada. Foi feliz nalgumas situações, mas fez por isso.

O FC Porto terminou a primeira parte com razões de queixa da arbitragem de Bruno Paixão, que não assinalou um penálti contra o Gil Vicente (Defour foi atingido por Daniel, aos 23’) nem anulou o lance (Pedro Moreira centrou em posição de fora de jogo) que terminou com a grande penalidade (bem assinalada, por braço na bola de Otamendi) que permitiu aos gilistas aumentar a diferença para dois golos mesmo antes do intervalo. No início da segunda parte ficou ainda por assinalar um outro penálti a favor do FC Porto, quando Kléber é derrubado pelo guarda-redes Adriano. Mas a equipa portista deve principalmente queixar-se de si própria. Sofreu três golos, os mesmos que sofreu no conjunto dos sete jogos que leva disputados fora de portas. O 3-0, apontado num contra-ataque aos 52’, praticamente definiu o vencedor.

Vítor Pereira meteu todos os avançados disponíveis, o recém-entrado Belluschi (são muito estranhas as notícias que dão como provável a sua saída, por empréstimo, para o Génova) criou problemas novos ao bem organizado Gil e o FC Porto conseguiu finalmente criar alguns lances de perigo. Mas só reduziu aos 77’, quando o médio argentino assistiu para uma finalização certeira de Varela.


POSITIVO e NEGATIVO

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Cláudio
Marcou os dois primeiro golos e, na defesa, esteve intransponível. Já leva seis golos assinados e é o melhor marcador da equipa. Nada mau para um defesa central.

Júnior Caiçara
Deu água pela barba a Maicon e a tudo o que lhe apareceu pela frente. É destro, mas é cada vez mais um lateral esquerdo interessante.

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Primeira parte do FC Porto
Foi tudo mau nos primeiros 45 minutos portistas. Desde a defesa ao ataque. Faltou atitude, intensidade de jogo e qualidade exibicional. As notícias que davam conta de melhorias no jogo com o Vitória de Guimarães foram nitidamente exageradas...

Rolando
Tudo saiu mal ao internacional português e as coisas foram de mal a pior quando passou para o flanco esquerdo, após a substituição (discutível) do argentino Otamendi.
Ficha de jogoGil Vicente, 3
FC Porto, 1

Jogo no Estádio Cidade de Barcelos.Assistência
7.439 espectadores.

Gil Vicente

Adriano, Daniel, Cláudio, Halisson, Júnior Caiçara, Rodrigo Galo (Tó Barbosa, 87’), Pedro Moreira, Luís Manuel, Hugo Vieira, Richard (Guilherme, 78’), André Cunha (Mauro, 83’).

Treinador

Paulo Alves.

FC Porto

Helton, Maicon, Álvaro Pereira, Rolando, Otamendi (Danilo, 46’), João Moutinho, James Rodríguez, Souza (Belluschi, 46’), Defour (Rodríguez, 74’), Kléber e Varela.

Treinador

Vítor Pereira.

Árbitro

Bruno Paixão, de Setúbal.

Amarelos

Otamendi (45’), Defour (45’+3’), Rolando (61’), Belluschi (82’) e Mauro (90’).

Golos

1-0, por Cláudio, aos 15’; 2-0, por Cláudio (g.p.), aos 45’+1’; 3-0, por André Cunha, aos 52’; 3-1, por Varela, aos 78’.

Notícia actualizada às 22h24
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