Agência Fitch baixa rating de cinco países do euro
Itália, Espanha, Bélgica, Eslovénia e Chipre sofreram hoje um corte de rating por parte da agência de notação financeira Fitch, que vê nestes cinco países desequilíbrios económicos e “grandes necessidades de financiamento”. Quatro deles viram as suas notas de crédito revistas em baixa pela Standard & Poor’s ainda há duas semanas.
A Fitch cortou a nota de Espanha e da Eslovénia em dois níveis, de AA- para A. Também com um corte de dois níveis, a Itália, que já estava abaixo da avaliação destes dois países, passou do nível A+ para A-.
A Bélgica teve um corte em um nível, passando do degrau AA+, o segundo mais elevado em 20 níveis de avaliação da Fitch, para AA. Com uma descida de um nível, o Chipre passou do nível BBB para BBB-.
Os cinco países estavam em processo de revisão de rating, num grupo de países onde se incluía a Irlanda, que viu a sua nota (BBB+) inalterada, embora continue em perspectiva negativa, ou seja, com uma probabilidade de um corte. O mesmo acontece com os cinco países que sofreram uma revisão em baixa.
Para além destes, continuam com perspectiva negativa Portugal, actualmente classificado com a nota BB+, e França, avaliada com o triplo A, a nota máxima.
Para quatro dos cinco países hoje visados pelo corte pela Fitch (Itália, Espanha, Eslovénia e Chipre), é a segunda revisão de rating que enfrentam em duas semanas por parte de duas das maiores agências de notação mundiais e cujas avaliações são tidas em conta pelo Banco Central Europeu.
Os fundamentos da Fitch para justificar esta revisão aproximam-se das justificações da Standard & Poor’s quando, a 13 de Janeiro, baixou a nota de crédito de nove países da zona euro.
A agência considera haver uma deterioração das perspectivas económicas nos cinco países visados. Itália, Espanha, Bélgica e Eslovénia poderão vir a precisar de “suporte oficial/bilateral”, ideia que a agência não clarifica, observando apenas que os seus ratings já reflectem um baixo nível de crédito de investimento.
A agência faz ainda referência “ao rácio da dívida pública” italiana e à degradação das perspectivas económicas de Espanha. E revela “receios” sobre a situação específica do sector bancário cipriota e esloveno.