Chile desce 47 lugares no ranking da liberdade de imprensa dos Repórteres sem Fronteiras

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Durante os protestos estudantis no Chile vários jornalistas foram agredidos e detidos, denuncia a Repórteres sem Fronteiras Martin Berneti

“Houve inúmeros atentados à liberdade de informar, muito frequentemente cometidos pelas forças da ordem, no contexto dos protestos estudantis”, denuncia a organização Repórteres sem Fronteiras. O Chile estava bem posicionado, entre os países que mais respeitam a liberdade de imprensa, mas agora desceu 47 lugares, para a posição 80 entre 179 países.

O Governo chileno mostrou-se “surpreendido” com o relatório dos Repórteres sem Fronteiras e prometeu tomar medidas. O ministro porta-voz do Governo, Andrés Chadwick, garantiu que o Executivo do Presidente Sebastián Piñera “tem como prioridade o respeito absoluto pela liberdade de imprensa” e sublinhou ao diário La Nación que serão dadas “todas as facilidades para que a imprensa nacional e estrangeira cumpra o seu trabalho”.

As forças de segurança chilenas também já foram alertadas “para que não haja nunca confusão entre um manifestante e um jornalista”, adiantou Chadwick. O ministro admitiu que houve situações de violência policial e detenções “que o Governo não aprova, de todo” e garantiu que serão tomadas medidas.

Vários repórteres de imagem, incluindo um fotógrafo da AFP, foram agredidos e detidos durante várias horas no Chile. A agência francesa sublinhou que, em Outubro, isso aconteceu com um dos seus fotógrafos que acompanhava os protestos estudantis no Chile para pedir uma reforma da educação.

A Repórteres sem Fronteiras adiantou que houve “agressões intencionais” perpetradas pelas forças de segurança chilenas e denunciou ainda que houve ciberataques de origem indeterminada contra sites e a explosão de uma bomba artesanal junto à sede do diário La Tercera que causou estragos ligeiros.