Clubes portugueses são os que têm mais jogadores não europeus

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FC Porto e V. Guimarães são as equipas europeias com maior percentagem de jogadores oriundos de fora da Europa Foto: Francisco Leong/AFP

A Liga portuguesa confirma-se como uma das principais portas de entrada de jogadores sul-americanos no futebol europeu. Oito dos dez clubes europeus com maior percentagem de jogadores oriundos de fora da Europa são portugueses, revela a edição de 2012 do Estudo Demográfico, do Centro Internacional de Estudos de Desporto (CIES), que será apresentada oficialmente segunda-feira e a que o PÚBLICO teve acesso.

Num universo de 500 clubes europeus, FC Porto e Vitória de Guimarães surgem à cabeça, já que 64% dos jogadores dos seus plantéis são oriundos de países de fora da Europa. Portistas e vimaranenses, no entanto, não estão sozinhos. Há mais seis clubes portugueses no top 10 (Braga, Marítimo, Leiria, Nacional, Benfica e Sporting) e outros quatro no top 20 (Gil Vicente, Olhanense, Académica e Paços de Ferreira).

Estes dados são mais um reflexo da elevada presença de brasileiros em Portugal — são 130, representando 58% do total de futebolistas estrangeiros na Liga portuguesa. As outras ligas em que há mais brasileiros (36 em Itália e 34 na Ucrânia) ficam a uma grande distância.

Os outros dados da edição de 2012 servem, essencialmente, para confirmar tendências de anteriores estudos: Portugal é o segundo campeonato com maior percentagem de estrangeiros (55,1%), apenas atrás de Chipre (70,3%), e é o terceiro país com menos jogadores formados nos próprios clubes (8,3%), estando apenas à frente da Turquia (7,9%) e da Itália (7,4%).

Um dado novo é que a Liga portuguesa tem agora mais internacionais em actividade: 13,7% dos jogadores que alinham em Portugal jogam pela selecção principal dos seus países, uma percentagem que duplicou em três épocas. “Isto está relacionado com a maior habilidade dos clubes portugueses para se anteciparem a rivais de outras nações na contratação dos mais promissores jogadores da América do Sul (e não apenas do Brasil)”, explica Raffaele Poli, director do Observatório do Futebol do CIES. Jogadores como Gaitán (Benfica), James Rodríguez (FC Porto) ou Carrillo (Sporting) são bons exemplos desta política.

Para o aumento do número de internacionais em Portugal também contribuiu a aposta em mercados menos habituais. O Sporting, por exemplo, contratou dois internacionais holandeses (Schaars e Wolfswinkel), o Benfica garantiu o belga Witsel e o FC Porto o também belga Defour. Apesar de se ter aproximado da média europeia (que é de 14,4%), Portugal continua longe do pelotão da frente: Inglaterra (41,2%), Alemanha (33,2%), Rússia (28,6%), França (25,8%), Itália (25,1%) e Espanha (23%).

Portugal, por outro lado, continua a ser um dos principais exportadores de futebolistas para outros países europeus, mantendo-se no quinto posto. Há 132 portugueses nas outras ligas europeias, um contingente que só é superado pelo Brasil (528), França (247), Sérvia (228) e Argentina (211). A presença no Chipre é a mais evidente (33), seguida de Espanha (22) e Roménia (20).

Retrato demográfico - Curiosidades sobre equipas europeias

Equipa mais velha
Milan (média de 30 anos)Equipa mais nova
Dublin (média de 20,4 anos)Equipa mais alta
Volyn Lutsk, Ucrânia (média de 1,87m)Equipa mais baixa
Barcelona (média de 1,77m)Equipa com maior % de internacionais
Barcelona (81%)Equipa com maior % de estrangeiros
Celtic (84%)

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