Universidade de Coimbra tem 21 mil cartas de curso por emitir

O processo de elaboração dos "canudos" está atrasado desde 2003, confirmou a vice-reitora Madalena Alarcão

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Antigos estudantes da UC criaram um movimento de protesto no Facebook

A Universidade de Coimbra (UC) tem actualmente cerca de 21 mil cartas de curso por emitir, com o processo de elaboração dos ‘canudos’ atrasado desde 2003, revelou hoje a vice-reitora Madalena Alarcão.“

A UC apunha na carta de curso “alguns elementos tradicionais de natureza decorativa”, nomeadamente as fitas com a cor da faculdade presas numa pequena caixa de prata, tendo um despacho de Dezembro de 2011 introduzido alterações no processo que, mantendo a legalidade, simplificam o documento e permitem acelerar a emissão. 

Para colocar estas pequenas caixas de prata nos diplomas em atraso a UC teria de gastar cerca de 800 mil euros, “despesa dificilmente justificável” na “situação financeira actual muito complicada do país e da Universidade”, disse a vice-reitora. “A concepção com todos estes elementos é algo relativamente moroso e tem vindo a ter um valor crescente”, sublinhou Madalena Alarcão, ao chamar a atenção para o aumento do valor da prata. 

Um despacho emitido em Dezembro pelo reitor da UC criou dois modelos para o diploma que atesta a conclusão do curso: um de formato base pelo valor de 150 euros e outro, dotado daqueles elementos tradicionais, custando o dobro. Antigos estudantes da UC licenciados em 2003/2004 criaram um movimento no Facebook e têm protestado nesta rede social por lhes terem sido enviados, entretanto, cartas de curso segundo o modelo simplificado, explicou hoje à Lusa o ex-aluno Nelson Pedrosa, formado em história de arte. 

“Pagámos um serviço que tinha como consequência um bem que seria o actual tradicional diploma e agora chega-nos um que não tem nada a ver com esse, faltam-lhe metade dos elementos”, criticou. O protesto foi noticiado hoje no diário “As Beiras”, que refere que “um grupo de antigos estudantes da UC acusa a instituição universitária de não estar a respeitar o ‘contrato de compra’ que lhes foi exigido quando pediram o certificado de conclusão dos respectivos cursos”. 

A vice-reitora da UC admitiu a entrada de algumas reclamações e adiantou que a instituição está disponível, para apor, “logo que seja possível”, os elementos tradicionais nas cartas de curso dos antigos alunos que as tenham pedido antes daquele despacho e que o pretendam, apelando à compreensão destes ex-estudantes. “Com este atraso todo, os estudantes acabam por se desinteressar e esquecer que têm a carta de curso para levantar”, disse ainda, referindo que se encontram cerca de 7.500 arquivadas nessa situação na UC.

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