Optimus desconhece notificação para multa no caso de jornalista espiado

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Optimus critica método de trabalho da Comissão Nacional de Protecção de Dados Foto: Pedro Cunha

A Optimus desconhece qualquer notificação da Comissão Nacional de Protecção de Dados sobre uma eventual multa elevada, que poderá ir até aos 7,5 milhões de euros, na sequência do caso do jornalista espiado pelos serviços secretos, noticiada a nesta quarta-feira pela edição online do “Expresso”.

Segundo o semanário, a Comissão Nacional da Protecção de Dados (CNPD) teria já enviado para a operadora telefónica da Sonae (proprietária do PÚBLICO) um conjunto de coimas que decidiu aplicar na sequência das averiguações ao "caso Nuno Simas", na altura jornalista do PÚBLICO e agora na Lusa.

"Face às notícias vindas a público, é lamentável que a Optimus saiba pela comunicação social do teor da decisão da CNPD, mesmo antes de a empresa ter sido notificada, o que atesta bem a forma de trabalhar daquela comissão", disse ao PÚBLICO fonte oficial da operadora.

"A Optimus desconhece o relatório e qualquer notificação, bem como as bases em que a suposta decisão da CNPD se baseou. Tomará uma posição firme sobre este tema quando dele tiver conhecimento", acrescenta.

Segundo o “Expresso” o projecto de deliberação, a confirmar-se, terá de ser votado pelo presidente e pelos seis vogais da CNPD, depois de terminar o período de audição prévia concedido agora à operadora de telecomunicações.

O chamado "caso Nuno Simas" denunciou uma investigação ilegal feita pelos serviços de informação portugueses aos telefones do jornalista, que fazia com frequência notícias sobre os serviços secretos. Foram espiadas as chamadas realizadas por Simas entre Julho e Agosto de 2010, que contou com a colaboração de uma funcionária da Optimus alegadamente casada com um agente das secretas.

Notícia actualizada às 00h50. Acrescentada a posição da Optimus
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