Moody's mantém triplo-A da França com perspectiva estável

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Fotp: Mike Segar/ Reuters (arquivo)

A agência Moody´s decidiu manter a nota triplo-A da França, a melhor possível e com perspectiva “estável”, num relatório divulgado hoje.

Esta decisão da Moody’s, que a meio de Outubro tinha anunciado que nos próximos três meses iria avaliar a manutenção da perspectiva da nota de França, contrasta com a de outra das três grandes empresas norte-americanas de notação (rating) de risco das dívidas, a Standard & Poor’s (S&P), que na sexta-feira anunciou a baixa da nota da França em um nível, de AAA para AA+, com perspectiva negativa.

No entanto, a perspectiva estável que a Moody’s tem sobre a nota da França vai continuar em avaliação, pois ainda não conseguiu chegar a uma conclusão sobre este aspecto. Na opinião de crédito que emitiu hoje, a agência nota que “alguns factores de risco exógenos” continuam a “constranger” economia francesa, nomeadamente as más perspectivas para a economia global e a crise da zona euro.

A eventual atribuição pela Moody’s de uma perspectiva negativa à nota francesa significa que a agência a poderá baixar “a médio prazo”, enquanto no caso da S&P significa que é possível uma nova baixa “numa prazo de seis a 24 meses”.

A decisão de manter a nota máxima (que corresponde ao menor risco possível de incumprimento das condições acordadas de reembolso da respectiva dívida) francesa é justificada por “reflectir a força da economia francesa, a robustez das suas instituições e a muito elevada força financeira do Governo”.

Na sua decisão de hoje, a Moody´s teve em atenção a vontade do Governo de reduzir o défice público do país para 3% do PIB em 2013 e avalia positivamente as medidas já tomadas com vista a atingir esse objectivo, o que considera “importante” para a manutenção da perspectiva estável, segundo a AFP.

A Moody’s sublinha também que o “crescimento sustentável” do PIB francês “tem sido suportado pelo grande tamanho da economia, elevada produtividade, grande diversificação e a sua história de inovação, juntamente com as elevadas poupanças do sector privado e coma apenas moderada acumulação de passivo das famílias e empresas”, que dão ao país “uma elevada capacidade para absorver choques”.

Em Outubro, quando decidiu avaliar durante três meses a manutenção ou alteração da perspectiva da nota que atribui à França, a agência advertia para que as crises financeira e económica globais “levaram a uma deterioração da métrica da dívida” do Governo de França, que estavam então “entre as mais francas dos pares da França com nota Aaa”.

A Moddy’s notava já nessa altura que a França enfrentava novos desafios nos próximos meses, como a possível necessidade de dar mais apoio financeiro a outros países da zona euro com problemas de dívida soberana ou ao seu próprio sistema bancário.

Notícia actualizada às 11h55
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