Shopping Guide: como sobreviver aos saldos

Prevejo, para 2012, muita reciclagem. Por isso, começo as crónicas de 2012 com um pequeno manual de sobrevivência. Algo me diz que será muito apreciado

Joana Barrios
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Os saldos são agora um conceito quase permanente: entre "outlets" e colecções novas a cada mês, o que por aí não faltam são promoções altamente apetecíveis e pouco rentáveis. O incentivo ao consumo pode ser perfeito, mas cabe-nos identificar o que é que vale mesmo a pena adquirir. E se, antigamente, todos gozávamos com as cuecas, as peúgas e os pijamas natalícios, hoje em dia são, juntamente com os "tupperwares" com peru recheado, meio caminho andado para ultrapassar esta época.

De volta ao que interessa. Tenho pavor do excesso em todas as frentes e, por isso, arranjei uma forma de me comportar decentemente durante esta época. 

1. Faço uma espécie de mealheiro para os saldos e cada vez mais adoro essa minha decisão. Posso gastá-lo ou não, mas sei que, por exemplo, com um mealheiro de 200 euros já se faz uma festa impressionante! O mealheiro tem a vantagem de estar disponível logo no dia 26 de Dezembro e pode contar com o incentivo dos envelopes do Natal, por exemplo.

2. Costumo ver o que é que povoa o meu "closet" antes de ir às compras para fazer, então, a lista do que pretendo.

3. Não cometo loucuras. A maior parte das loucuras dos saldos cometem-se a crédito e isto é a maior trapalhada de sempre: promoções a crédito são iguais a Q.I. negativo.

4. Estudo os artigos que pretendo e espero, qual caçadora furtiva, pela hipótese de os comprar na altura certa, sem que os cantos dos astutos e sedutores vendedores me hipnotizem quando o preço ainda não está no ponto.

5. Dedico uma manhã a esta operação solitária: carrego o iPod, ponho-o em modo aleatório e sigo preparada para enfrentar as filas tremendas, as mulheres histéricas, os namorados impacientes, os pais alienados, as mães tristes e as amigas lixadas.

6. Nunca gasto tudo de uma só vez: espero sempre pela última semana de saldos e pela revelação dos preços de todo e qualquer produto que a indústria têxtil tenha vomitado nesta estacão para comprar peças básicas ou coisas que me surpreendam num dia aleatório.

A ida aos saldos não é, de todo, fácil. Requer preparação e um conhecimento sério dos nossos desejos. Enquanto peão da sociedade de consumo, gosto de me sentir vagamente inteligente e fingir que não me deixo manipular pelo sistema (inserir gargalhada à Nelson dos Simpsons).

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