Presidente da Oliveirense critica quebra de acordo que “deixou feridas”

O presidente da Oliveirense, José Godinho, considerou que a quebra de compromisso dos clubes da Honra nas eleições para a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) “deixou feridas” e que “já nada vai ser como dantes”.

Nas reuniões preparatórias dos clubes da Honra, das quais José Godinho era o seu porta-voz, ficou decidido o apoio colegial a um dos candidatos, que acabou por pender a favor de António Laranjo, mas este acordo acabou por ser rompido nas urnas.

No acto eleitoral realizado na quinta-feira na sede da LPFP, no Porto, o advogado Mário Figueiredo foi eleito como sucessor de Fernando Gomes, com os votos de nove clubes da Liga (18) e de nove da Honra (9), num total de 27 contra 21 de António Laranjo.

“Houve simplesmente uma quebra de compromisso por parte de nove clubes da Liga de Honra -- é um facto que está verificado - e que vai ter as suas consequências ao nível da imagem desses mesmos clubes”, disse José Godinho à agência Lusa.

De acordo com Godinho, esta situação “deixou muitas feridas e já nada vai ser como dantes, mas só a união entre todos é que poderá realmente conseguir alcançar resultados”.

O presidente da Oliveirense afirmou não ter ficado surpreendido com o resultado das eleições até porque, de alguma forma, já previa que era uma situação que entendia possível de acontecer, embora não a considerasse como certa.

Um dos aspectos que José Godinho acredita ter sido fundamental na eleição de Mário Figueiredo, que não contou com o apoio do FC Porto, Benfica e Sporting, terá sido a proposta de alargamento da Liga principal de 16 para 18 clubes.

Esta proposta, que terá surgido de uma ideia defendida pelo próprio José Godinho e pelo presidente do Gil Vicente, António Fiúza, e “aproveitada pelo candidato”, foi “um bom mote para os clubes que têm sempre possibilidade de descer de divisão unirem-se para conseguir o seu voto”.

“A 5 de Janeiro, quando estávamos a discutir o apoio ao candidato, houve uma fractura, mas foram os presidentes dos clubes presentes que decidiram a metodologia do trabalho que estava a ser feito”, refere.

Ainda de acordo com José Godinho, os presidentes dos clubes da Honra decidiram que, na votação para definir o apoio, o candidato que ganhasse era aquele que seria apoiado por todos “independentemente do gosto”.

“Mas nessa altura, eu, enquanto porta-voz do grupo, fiquei com a sensibilidade de que nada seria igual ao que era dantes. Deixou-se seguir até às eleições, que confirmaram o que eu senti a 5 de Janeiro”, explica.

José Godinho disse ainda que, na altura, deu conta aos seus pares de que já não justificaria a sua condição de porta-voz, e que numa futura reunião do Conselho de Presidente daria conta, previamente, que não contariam mais consigo.

José Godinho considera que o recém-eleito presidente da LPFP, Mário Figueiredo, “tem um projecto, do ponto de vista do interesse para os clubes com menos apoios, ideal, mas que a curto prazo está convicto de que não irá trazer verbas”.

“Se ele conseguir, porque teve muito mérito nesta vitória, pôr em prática esse mérito para consolidar e encontrar soluções para resolver os problemas financeiros dos clubes, será muito bom”, defendeu.

José Godinho acredita que “vai ser muito difícil, a curto prazo, os clubes conseguirem verbas, pois vai haver muita dificuldade, fundamentalmente para mais de 50 por cento dos clubes da Honra”.

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