Pedro Cabrita Reis em Londres e Madrid

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DANIEL ROCHA

A dimensão das duas instituições é muito diferente, mas ambas desempenham um papel importante - uma, a Tate, está entre os maiores museus de arte moderna e contemporânea do mundo, outra, a Ivorypress, é sobretudo um nome de referência no meio editorial, mas também se dedica a exposições. O trabalho do artista português Pedro Cabrita Reis voltou a chamar-lhes a atenção.

A Tate Gallery reservou uma das suas salas, no piso 5 (à semelhança do que fez no ano passado com Julião Sarmento), para expor, com curadoria de Kyla McDonald, três das quatro obras de Cabrita Reis que comprou recentemente para a sua colecção: "The Unnamed Word #1" (2005), "The Moscow Piece" (2006) e "Unframed #3" (2008). Estas três esculturas, usadas para dividir ou iluminar espaços, explica McDonald, são marcadas por barras de ferro e luzes fluorescentes, materiais constantes na obra do artista que, apesar de trabalhar a escultura, a fotografia, o desenho e o "site-specific", continua a ver todos estes meios como uma extensão da pintura. "Os materiais que uso, como o vidro, por exemplo, têm qualidades formais e conceptuais de transparência, opacidade, luz, verticalidade, que se relacionam com o léxico da abordagem clássica à pintura", diz, citado pela curadora no texto de apresentação no sítio do museu.

"Los Rojos", a exposição madrilena na galeria da Ivorypress, centra-se em obras muito recentes para tornar evidente, uma vez mais, o interesse de Cabrita Reis pela natureza, a paisagem e a cor, explicam os organizadores. Até 21 de Janeiro, mostra ainda o uso muito particular dos objectos de produção industrial na sua obra (como mesas e cadeiras), num percurso que é feito questionando permanentemente tudo o que o rodeia e procurando atribuir-lhe uma escala humana, a que não é alheia a ideia de construção. Para ele a casa, explicou numa entrevista ao PÚBLICO em Junho do ano passado, "é o encontro com uma noção primordial humana: o lugar do homem na natureza". O mesmo assunto domina, de resto, o livrinho agora editado pela Ivorypress sobre um dos últimos trabalhos do artista, "Tree of Light", uma série de fotografias das oliveiras milenares de que Cabrita Reis se ocupa pessoalmente na sua quinta do Algarve e que aqui aparece acompanhada por um pequeno texto.

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