José Sócrates e João Cravinho serão ouvidos como testemunhas segunda-feira
Vítor Parente Ribeiro, advogado do antigo reitor da UNI Luiz Arouca, adiantou hoje à Agência Lusa que o seu cliente prescindiu da audição de José Sócrates como testemunha defesa, mas que o Ministério Público (MP) o indicou como testemunha de acusação, pelo que a sua audição terá que se efectuar.
O causídico disse desconhecer em concreto se José Sócrates, a residir actualmente em Paris, estará efectivamente presente no Tribunal do Monsanto, Lisboa, mas admitiu que a videoconferência não é praticável neste caso e que a sua audição por carta rogatória também não seria normal.
José Sócrates foi aluno da Universidade Independente e a forma como concluiu a sua licenciatura em engenharia suscitou muita polémica.
Quanto a João Cravinho, que também será ouvido segunda-feira, Vítor Parente Ribeiro explicou que o antigo ministro socialista foi arrolado como testemunha de defesa de Luiz Arouca porque foi colega do seu cliente, reconhecendo porém que o seu depoimento será mais abonatório, já que não tem conhecimento directo dos factos em causa no julgamento.
Luiz Arouca está a ser julgado por associação criminosa, abuso de confiança, fraude fiscal, burla, corrupção e falsificação de documentos.
Segundo disse recentemente à Lusa Vítor Parente Ribeiro o pedido para que José Sócrates fosse ouvido gerou discussão mediática “com alguns sujeitos processuais a tentarem transformar este processo num caso de cariz político” e por isso foi retirado.
“Este processo não tem cariz político ou partidário, nem a referida testemunha é assistente ou arguida, pelo que, a sua audição, teme o arguido, apenas iria servir para desviar as atenções daquilo que efectivamente é discutido”, sustentou na altura o advogado de Luiz Arouca.
Entre os principais arguidos do caso UNI, estão o ex-reitor Luís Arouca, o antigo vice-reitor Rui Verde e Amadeu Lima de Carvalho que são acusados de associação criminosa, abuso de confiança, fraude fiscal, burla, corrupção e falsificação de documentos.
A crise na UNI começou com suspeitas de irregularidades no funcionamento da instituição, tendo-se verificado em Fevereiro de 2007 sucessivas reviravoltas no controlo da instituição e da empresa que a detinha, a SIDES, disputadas por duas facções em litígio.
A instituição foi encerrada compulsivamente a 31 de Outubro de 2007, por decisão do então ministro do Ensino Superior, Mariano Gago.