Imprensa norte-coreana exorta população a defender Kim Jong-un "até à morte"

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Para defender "até à morte"

Editorial promete reforçar forças armadas. Novo líder inspeccionou ontem divisão blindada

O regime norte-coreano exortou a população a defender "até à morte" o novo líder, Kim Jong-un, num editorial publicado ontem na imprensa oficial, a única autorizada no país.

"Todo o partido, todo o Exército e todo o povo devem ter a firme convicção de que vão ser muralhas e escudos humanos para defender Kim Jong-un até à morte", lê-se no editorial publicado no órgão do Partido Comunista, Rodong Sinmun, e noutros dois jornais oficiais.

Kim Jong-un foi nomeado "líder supremo" na quinta-feira passada, substituindo o seu pai, Kim Jong-Il, que morreu a 17 de Dezembro. Novo "comandante supremo" de um exército de cerca de 1,2 milhões de soldados - o quarto maior do mundo em efectivos - inspeccionou ontem uma divisão blindada, segundo a agência norte-coreana KCNA.

Na sexta-feira, a Coreia do Norte preveniu o mundo que não vai mudar de política e que não pretende dialogar com o actual Governo da Coreia do Sul.

O artigo publicado ontem na imprensa norte-coreana, e transcrito pelas agências noticiosas, promete "reforçar" as forças armadas e apela aos Estados Unidos para retirar os seus 28.500 soldados da Coreia do Sul. Mas acrescenta que Pyongyang se "esforçará por desenvolver as relações de amizade com os países que respeitarem a sua soberania".

Yang Moo-Jin, professor da universidade dos estudos norte-coreanos em Seul, considera que o regime de Pyongyang vai concentrar-se "no reforço do novo poder", mais do que adoptar um comportamento agressivo ou comprometer-se em negociações. "O editorial mostra, claramente, que a prioridade do Norte este ano é manter o statu quo", acrescentou.

O editorial de 1 de Janeiro, que todos os anos define a linha política norte-coreana dos 12 meses seguintes, não menciona o programa de armamento nuclear.

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