João Mário Grilo no seu labirinto

A nova ficção de João Mário Grilo, inspirada pelo livro de Dulce Maria Cardoso, é um mistério existencial rigoroso e opaco, de uma inteligência formal notável mas também de uma claustrofobia gélida e distante.

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Depois de uma década sem longas novas (a última, Duas Mulheres, datava de 2009), João Mário Grilo estreia duas no prazo de um mês – há poucas semanas foi o seu documentário sobre Maria Helena Vieira da Silva e Arpád Szénes, Vieirarpad, agora uma nova ficção, Campo de Sangue, descrita nos materiais como “fantasia inspirada no romance” homónimo de Dulce Maria Cardoso. E reencontramos aquilo que faz a singularidade do universo cinematográfico de Grilo: uma precisão formal inatacável (ainda mais sublinhada pelo notável trabalho de fotografia de João Ribeiro), uma frieza quase laboratorial de observar personagens presas nos seus próprios labirintos, um fascínio dir-se-ia obsessivo pela claustrofobia, pelas vidas “fechadas” sobre si próprias.

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