Petroplus encerra provisoriamente três refinarias na Europa
O grupo petrolífero suíço Petroplus, que enfrenta graves dificuldades financeiras, anunciou hoje a suspensão provisória da actividade de três das suas cinco refinarias a partir de Janeiro.
Em causa estão as refinarias de Petit-Couronne, em França, de Antuérpia, na Bélgica, e de Cressier, na Suíça.
Nos próximos dias, o grupo vai dar continuidade às negociações com o consórcio de bancos, depois das reuniões de quinta-feira, em Zurique. Estes encontros tiveram como objectivo desbloquear liquidez para a Petroplus, empresa que viu recusado um crédito de mil milhões de dólares (765 milhões de euros) pelo consórcio de 13 bancos internacionais envolvidos no negócio.
Após o fracasso do crédito, anunciado na terça-feira, as acções da Petroplus caíram a pique na bolsa suíça.
Em nota hoje emitida, a Petroplus esclarece que a reactivação das refinarias encerradas “vai depender da disponibilidade de crédito e das condições económicas” na Europa.
A Petroplus é a maior refinaria petrolífera independente na Europa e explora, além das plataformas de Petit-Couronne, Cressier e Antuérpia, a de d’Ingolstadt (Alemanha) e a de Coryton (Reino Unido), as únicas que vão manter-se em funcionamento a partir de Janeiro.
No total, a Petroplus emprega 2.500 trabalhadores na Europa, nas cinco refinarias, que têm uma capacidade de tratamento de 667 mil barris por dia.
Ao contrário das grandes companhias como a Shell, a Exxon ou a Total, que têm presença em toda a cadeia produtiva do petróleo, a única actividade da Petroplus é a refinação.
Depois de na terça-feira a Petroplus ter anunciado a impossibilidade de obter um crédito bancário, as agências de notação financeira Standard and Poor’s (S&P) e Moody’s baixaram o rating atribuído ao grupo.
A S&P decidiu na quinta-feira baixar a nota, de ‘B’ para ‘CCC+’, ao crédito de longo prazo da Petroplus, estimando que, se o grupo entrar em incumprimento de pagamentos, a taxa de cobrança de dívidas se situaria entre os 10 e os 30%.
Por sua vez, a Moody’s desceu o rating atribuído à Petroplus de ‘B2’ para ‘Caa1’ e colocou a nota sob vigilância, evocando as dificuldades de financiamento da exploração corrente do grupo.
Os sindicatos em França e na Suíça mobilizaram-se para defender o emprego nas suas fábricas e pediram apoio aos responsáveis políticos.
Os três bancos franceses integrados no consórcio mostraram-se prontos para financiar o grupo suíço na condição de outros bancos fazerem o mesmo.
No final de Junho, a Petroplus tinha já encerrado a refinaria de Reichstett, em França, que empregava cerca de 250 pessoas.