Maquinistas e CP voltam às negociações amanhã

Foto
Supressões de comboios regionais e de longo curso ainda se fazem sentir hoje Foto: Enric Vives-Rubio

O sindicato dos maquinistas da CP pediu uma reunião à administração da CP, depois de três dias de greve que impediram a circulação de 2702 ligações ferroviárias desde sexta-feira. As partes voltam a sentar-se à mesa das negociações amanhã, a dias de mais uma paralisação total agendada para 1 de Janeiro.

A iniciativa da reunião partiu do Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), que manteve de pé a greve dos dias 23, 24 e 25 após reuniões inconclusivas com a transportadora sobre processos disciplinares conduzidos pela CP aos maquinistas. Em causa está o incumprimento de serviços mínimos, decretados pelo Tribunal Arbitral, na greve geral de 24 de Novembro do ano passado.

Os maquinistas estão em greve às horas extraordinárias, em dias de descanso e feriado até dia 31 de Janeiro. E para dia 1 de Janeiro está agendada uma paralisação total, pelas mesmas razões que levaram os maquinistas a parar durante as 24 horas dos últimos três dias.

Depois das reuniões de última hora entre os representantes dos maquinistas e a administração, com a CP a alertar para os prejuízos de 2,5 milhões de euros estimados pela transportadora por causa das supressões de comboios e dos impactos da paralisação, as partes não chegaram a acordo e a greve acabou por seguir em frente.

“O sindicato pôs em cima da mesa como condição para cancelar a greve o arquivamento dos processo, [mas] a CP não pode deixar de praticar o seu dever de investigar eventuais incumprimentos”, enfatizou ao PÚBLICO a porta-voz da transportadora, Ana Portela.

A greve dos últimos três dias deixou parados milhares de comboios, com os efeitos da paralisação a fazerem-se sentir ainda durante o dia de hoje. Até ao meio-dia, tinham sido suprimidos nesta segunda-feira 164 ligações. Até ao final do dia, a CP admite que ainda possa haver supressões, “mas muito poucas”, adianta Ana Portela.

De manhã, ainda houve problemas na circulação no serviço de longo curso (Alfa Pendular e Intercidades) e nos comboios regionais. À Antena 1, António Medeiros, do SMAQ, atribuía esta manhã as perturbações à falta de organização por parte da CP, dizendo não haver motivo para não estarem asseguradas as ligações a partir das 10h-12h. A CP reagiu à mesma rádio contrapondo que as perturbações se devem ao facto de, ao período da greve total, se somarem os efeitos da greve às horas extraordinárias que dura até 31 de Janeiro.

Sugerir correcção
Comentar