ONU lança Década da Biodiversidade com apelo a maior harmonia com a Natureza

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A abundância de espécies de vertebrados, com base nas populações avaliadas, caiu quase um terço, em média, entre 1970 e 2006 Foto: Juan Carlos Ulate/Reuters

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, lançou neste fim-de-semana o tiro de partida para a Década da Biodiversidade (2011-2020), com um apelo a uma maior harmonia entre as pessoas e a Natureza.

“Garantir um desenvolvimento verdadeiramente sustentável para a nossa família humana, cada vez maior, depende da diversidade biológica e dos bens e serviços vitais que esta nos oferece”, disse Ban Ki-moon, numa mensagem lida pelo sub-secretário-geral da ONU para a Comunicação, Kiyo Akasaka, na cidade japonesa de Kanazawa.

Com esta Década da Biodiversidade, a Assembleia Geral da ONU quer “promover a implementação de um plano estratégico sobre biodiversidade e a sua visão de uma vivência em harmonia com a Natureza”, de acordo com um comunicado das Nações Unidas. Até 2020, os Governos são incentivados a desenvolver, implementar e comunicar os resultados das estratégias nacionais para a implementação do Plano Estratégico para a Biodiversidade.

“Ainda que sejam os pobres os primeiros a sofrer com a perda da biodiversidade, e de forma mais grave, toda a sociedade vai sentir esta extinção em massa”, disse Kanazawa, acrescentando que ecossistemas estáveis têm a capacidade de criar postos de trabalho.

Nas últimas décadas, “as actividades humanas têm causado a extinção de plantas e de animais e um ritmo centenas de vezes mais rápido do que aquilo que seria natural”, acrescentou.

O balanço sobre o estado da Biodiversidade do planeta, apresentado em Maio de 2010 pela ONU (“Global Biodiversity Outlook3”), conclui que “zonas húmidas, habitats de gelo marinho, pântanos salgados, recifes de coral, bancos de algas marinhas e de moluscos estão todos a registar graves declínios”. A diversidade genética da agricultura e pecuária continua a decrescer e a abundância de espécies de vertebrados, com base nas populações avaliadas, caiu quase um terço, em média, entre 1970 e 2006.

“Não podemos reverter a extinção. Contudo, podemos evitar extinções futuras de outras espécies. Durante os próximos dez anos, serão postos à prova o nosso compromisso em proteger mais de oito milhões de espécies e a nossa sabedoria para contribuir para o equilíbrio da vida”, disse Kanazawa.

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