Cristian Rodríguez afundou Marítimo em noite de desperdício

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Rodríguez marcou o primeiro golo do FC Porto DR

A pior notícia para o Marítimo neste derradeiro jogo de 2011 para a Liga chegou, aos 80’, por Cristian Rodríguez que abriu caminho para a vitória do FC Porto no Dragão.

O resultado acabou por ser normal para uma formação madeirense que nunca venceu no terreno portista, mas escasso pelo que se viu no relvado. Pelo meio, o FC Porto enviou duas mensagens inequívocas. Primeira: os piores momentos já passaram (finaram-se quando a equipa caiu em Coimbra para a Taça de Portugal). Segunda: esta equipa continua a revelar uma inteligência rara para descobrir formas inovadoras de desperdiçar golos. Venceu por 2-0, mas o seu futebol poderia permitir outros números e poupar um sofrimento aos seus adeptos

Vítor Pereira encontrou uma formação tipo. Hulk mantém-se no eixo do ataque e Maicon parece ter assegurado em definitivo um lugar no flanco direito defensivo. Moutinho, então, parece ter readquirido a alegria de jogar e esse não é um pormenor displicente, particularmente quando Belluschi aparece agora muitos furos acima daquilo que se lhe tinha visto ultimamente. Conta ainda com Álvaro Pereira, um lateral que consegue fazer toda a ala esquerda, permitindo a James deslocar-se muitas vezes para o centro.

Esta equipa produziu um futebol que lhe permitiu impor-se em todos os aspectos do jogo. Esteve bem a defender, sólida no meio-campo e velocidade na frente. O golo de Cristian Rodríguez foi consequência natural daquilo que se passava no relvado. Um lance tardio que resolveu um problema enorme.

Os madeirenses foram todo o tempo um conjunto vulgar. A equipa que se assumiu como uma das surpresas da prova, que só somou uma derrota fora de casa, já venceu em Alvalade e afastou o Benfica da Taça, não passou pelo Dragão. Pedro Martins não teve o seu habitual meio-campo (Rafael, Roberto e Olberdam) e foi de todo incapaz de contestar a superioridade adversária.

O desmoronar da formação madeirense acentuou-se aos 41’, quando Roberge teve uma entrada feia sobre James (ficou lesionado foi substituído ao intervalo por Kléber) e viu o segundo amarelo no espaço de um minuto. A equipa manteve a coerência do seu objectivo: proteger Peçanha. Mas só isso.

O árbitro deixou passar em claro uma grande penalidade de João Luiz sobre Belluschi. Mas, antes, o argentino também conseguiu um feito incrível ao permitir que Peçanha lhe roubasse a bola dos pés. Hulk não lhe ficou atrás e falhou por duas vezes. Primeiro a passe de James, após fintar um adversário, e, na segunda, depois de um brilhante trabalho de Moutinho. A pessão portista continuou, aos 55’, com um remate para grande defesa de Peçanha de Belluschi. Kléber não teve melhor sorte com um desvio de calcanhar. E o brasileiro viu Peçanha fazer uma defesa quase impossível, depois de um cruzamento de Iturbe.

Aos 78’, Danilo Dias quase provocava um golpe de teatro, quando surgiu isolado e rematou à barra. Mas aos 80’, veio finalmente o momento de descanso com Cristian Rodríguez a rematar para o fundo da baliza. Depois Otamendi aproveitou um canto e selou o resultado.

POSITIVOPeçanha

O guarda-redes do Marítimo realizou uma exibição notável. Defendeu quase tudo o que havia para defender e foi muito. Peçanha foi um dos grandes responsáveis pelo resultado.


João Moutinho

O pequeno médio é um dos grandes responsáveis pela subida de forma deste FC Porto. Os seus passes e a organização que coloca no meio-campo mereciam outra correspondência pelos seus colegas do ataque.


NEGATIVORoberge

Em menos de um minuto conseguiu ver dois cartões amarelos, o que não é fácil. O segundo dos quais devido a uma entrada sobre James que no intervalo teve de ficar no balneário.


Ataque do FC Porto

Tanta falta de pontaria custa caro, muito caro. Um dos exemplos foi a queda perante o Zenit na Liga dos Campeões. E ontem poderia ter custado mais dois pontos.


Ficha de Jogo

FC Porto, 2


Marítimo, 0


Jogo no Estádio do Dragão, no Porto.Assistência 32.312 espectadores.

FC Porto

Helton, Maicon (Cristian Rodríguez, 57’), Rolando, Otamendi, Álvaro Pereira, Fernando, João Moutinho, Belluschi, Hulk, James (Kléber, 46’) e Djalma (Iturbe, 75’). Treinador Vítor Pereira.

Marítimo

Peçanha, Briguel, João Guilherme, Igor Rossi, Luís Olim, Roberge, João Luíz, Benachour (Tchô, 90’+1’), Heldon (Danilo Dias, 63’), Sami (Hassan, 85’) e Baba. Treinador Pedro Martins.

Árbitro

Duarte Gomes, de Lisboa.

Amarelos

Fernando (36’), Heldon (38’), Roberge (40’ e 41’) e Iturbe (86’).

Vermelho

Roberge (41’).

Golos

1-0, por Cristian Rodríguez, aos 80’; 2-0, por Otamendi, aos 83’.

Notícia actualizada às 23h04
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