Crédito malparado volta a bater recorde histórico
As famílias estão com cada vez mais dificuldades em pagar os seus empréstimos. Em Outubro, o crédito malparado de particulares voltou a bater recorde. Nas empresas está ao nível mais alto desde 1998.
De acordo com os dados do Banco de Portugal, hoje divulgados, o peso do crédito malparado sobre o total de empréstimos concedidos voltou a bater recorde. Em Outubro, 3,34% do total de financiamento concedido às famílias (entre créditos ao consumo e empréstimos à habitação ou para outros fins) era considerado de cobrança duvidosa. Ou seja, de um total de 140,4 mil milhões de euros, 4695 milhões de euros são malparado.
No crédito à habitação, o peso do crédito de cobrança duvidosa é já de 1,85%, o valor mais alto desde que o Banco de Portugal tem registo dos dados, ou seja, desde 1997.
No crédito ao consumo, o crédito malparado voltou também a bater recorde, representando já 9,76% do total de crédito concedido.
Nas empresas, o crédito de cobrança duvidosa também tem vindo a aumentar e, em Outubro, representa já 6,15% do total de empréstimos concedidos pelos bancos, o valor mais alto desde Maio de 1998. Dos 116,1 mil milhões de euros em financiamento acumulado às empresas, 7142 milhões são dados como incobráveis.
Financiamento à economia caiu 383 milhõesO volume de empréstimos acumulado, tanto às famílias como às empresas, diminuiu em Outubro. No total, há menos 383 milhões de euros em financiamento ao dispor da economia, sendo que a maior diminuição sente-se no meio empresarial.
Os dados do Banco de Portugal mostram que o valor acumulado de empréstimos às famílias diminuiu em 96 milhões em Outubro, para 140,4 mil milhões. A quebra deve-se à diminuição do crédito à habitação (menos 257 milhões de euros), enquanto o crédito ao consumo aumentou (mais 149 milhões).
É nas empresas que mais sente a diminuição do financiamento. Em Outubro, os empréstimos dos bancos a sociedades não financeiras ascendiam a 116,2 mil milhões de euros, menos 287 milhões do que no mês anterior.