Cinco tecnológicas portuguesas à procura do ‘sonho americano’

Dognaedis, Wizi, ObservIT, Feedzai e TreatU foram escolhidas para o projecto piloto “Empreendedorismo em Residência” da Universidade Carnegie Mellon

Objectivo é definição da estratégia de internacionalização e posicionamento no mercado norte-americano John Fera/Flickr
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Objectivo é definição da estratégia de internacionalização e posicionamento no mercado norte-americano John Fera/Flickr
Objectivo é definição da estratégia de internacionalização e posicionamento no mercado norte-americano John Fera/Flickr
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Objectivo é definição da estratégia de internacionalização e posicionamento no mercado norte-americano John Fera/Flickr

Cinco jovens empresas tecnológicas portuguesas, que se dedicam à segurança informática ou a plataformas médicas nanotecnológicas, vão tentar o “sonho americano” em 2012, numa primeira abordagem ao mercado dos Estados Unidos e também abrindo caminho à internacionalização.

Dognaedis, Wizi, ObservIT, Feedzai e TreatU foram escolhidas para o projecto piloto “Empreendedorismo em Residência” da Universidade Carnegie Mellon (CMU), entre mais de 30 “start-up” portuguesas contactadas em 2011 em todo o país pelos empreendedores e professores universitários Barbara Carryer e Dave Mawhinney.

Premiada em Dezembro de 2011 no concurso BES Inovação, a Dognaedis é uma ‘spin-off’ da Universidade de Coimbra e da equipa de segurança informática do Instituto Pedro Nunes (CERT-IPN), tendo arrancado em Julho de 2010, que agora enfrenta “o grande desafio que é a internacionalização”, segundo Mário Zenha-Rela.

"Quem vence nos USA, vence no mundo"

“As nossas expetativas são conseguir mostrar que temos valor - e quem vence nos USA vence no mundo - pelo que daí estaremos prontos para entrar noutros mercados internacionais”, disse à Lusa o responsável da Dognaedis.

O “produto” é segurança de informação: a identificação preliminar de problemas, auditoria, consultoria e monitorização em permanência da infraestrutura de clientes.

As cinco empresas irão a Pittsburgh em Fevereiro de 2012 para um evento onde poderão contactar potenciais clientes, parceiros e investidores. Mais antiga é a Observit, de Bernardo Motta, que desenvolveu o único software de gestão de vídeo vocacionado para centros comerciais, a aposta inicial no mercado norte-americano.

“A nossa expectativa é em Pittsburgh concretizar um primeiro negócio nos EUA. Queremos vender a uma empresa gestora de shoppings um projecto-piloto de remodelação do CCTV, para darmos início ao nosso portefólio de projetos norte-americanos, condição para abordarmos potenciais parceiros e investidores”, disse Motta.

Abordar potenciais clientes

João Januário, cuja Feedzai desenvolve software para processamento de grandes volumes de informação, tendo como clientes grandes empresas de “Utilities”, telecomunicações ou banca, sublinha que “é muito difícil a uma ‘start-up’ portuguesa conseguir atrair a atenção de uma empresa europeia ou americana” e espera uma “incisiva abordagem ao mercado norte-americano”.

“Teremos a oportunidade de fazer um 'roadshow' para potenciais clientes, parceiros e investidores em auditório e em reuniões um a um. Existe um real envolvimento da CMU em reunir neste evento algumas empresas americanas que a FeedZai considera poderem ser futuros clientes ou parceiros”, disse Januário à Lusa, cuja empresa tem como investidores a EDP Ventures, Espírito Santo Ventures ou Novabase Capital.

Fundada por três profissionais de desenvolvimento terapêutico, a TreatU desenvolveu uma plataforma para administração de medicamentos direcionada para doentes oncológicos, que reduz efeitos secundários adversos e custos de tratamento.

Com base em nanotecnologia, a TreatU encontrou como “maior obstáculo” em Portugal “a limitação do investimento de Venture Capitals e Business Angels na área de desenvolvimento farmacêutico”, e procura investidores fora do país, “criando oportunidades de penetração no mercado global das terapias dirigidas em oncologia”, disse à Lusa Vera Moura.

A primeira plataforma deve estar pronta para licenciamento à indústria farmacêutica em apenas quatro anos, “com um investimento de quatro a cinco milhões de euros e um retorno de até 5 vezes”, adiantou.

A Wizi, de Paulo Dimas, nasceu no Instituto Superior Técnico, e em 8 anos ganhou o investimento do Fundo ISQ Capital e Inovcapital e desenvolveu três produtos baseados em tecnologia de geo-localização, dois deles já lançados pela Optimus e Vodafone.

O trabalho com a CMU tem sido na definição da estratégia de internacionalização e posicionamento no mercado norte-americano, o “mais competitivo do mundo neste domínio” e para o qual a empresa está agora “muito mais bem preparada para atacar”. “E pensar no mercado americano obriga-nos a ser os melhores e daí podemos conquistar o resto do mundo”, diz Paulo Dimas.

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